O futuro do Estádio Olímpico é duvidoso. Gigante arquitetura no bairro da Azenha, o espaço não recebe jogos de futebol há 11 anos e convive com um impasse que envolve o Grêmio e a empreiteira OAS (responsável pela construção da Arena) e a Karagounis (administrada pela Caixa).
Nos últimos anos, a prefeitura de Porto Alegre tornou-se outro elemento na conversa. A intervenção, porém, não teve sucesso.
O acordo original apresentava uma permuta entre a propriedade do Estádio Olímpico, OAS e Karagounis. Era previsto que o Grêmio transferiria a propriedade do Olímpico e receberia a propriedade da Arena.
Mas desde a inauguração da Arena, há 12 anos, a situação jurídica permanece inalterada. Segundo o Grêmio, a transação ainda não foi concretizada devido às dívidas associadas à construção da Arena, que oneram sua propriedade. Há também obras no entorno pendentes.
"Vale ressaltar que tanto a Karagounis quanto a OAS foram e continuam sendo notificadas para que essa situação seja resolvida", diz a nota enviada pelo vice-presidente do Grêmio, Eduardo Magrisso.
O Olímpico, ao contrário, é de total propriedade do Grêmio. Mesmo em ruínas e apenas utilizado para outras finalidades que não o futebol, como treinamentos do Corpo de Bombeiros.
Em razão de um plano de recuperação judicial, aprovado na Justiça de São Paulo em 2015, o novo nome da OAS é Metha. Nela está a Arena Porto-Alegrense, empresa criada para gerir a Arena por 20 anos (até dezembro de 2032).
Entretanto, nem Karagounis e Metha responderam aos questionamentos da reportagem. A Arena Porto-Alegrense, por outro lado, afirmou que o contrato "não compete a empresa que faz a gestão da Arena".
Assunto na prefeitura
Em 2022, o prefeito Sebastião Melo tentou solucionar ao assunto e prometeu resolvê-lo ainda em seu mandato (que vai até dezembro de 2024).
Melo cobrou a OAS, sugeriu desapropriar a área do Olímpico e determinou à Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade a elaboração de projeto de lei, que seria enviado à Câmara Municipal, para definir prazo de um ano para o início das obras na área do Olímpico e entorno da Arena.
Entretanto, após dois anos, o assunto nunca ganhou apreço na Câmara, muito menos uma prioridade para ser debatido. Na Procuradoria Geral do Município, não há nada de novo em tramitação.
Responsável pela questão na prefeitura, o vice Ricardo Gomes confirmou que a situação segue inalterada.
— Temos um projeto tramitando. E temos aprofundado conversas com o clube, um patrimônio da cidade, com MP e outros órgãos envolvidos — disse o vice-prefeito.
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio