O mês de setembro ligou de vez o alerta com o rendimento da defesa do Grêmio. Depois da derrota de virada sofrida nos acréscimos para o Atlético-MG, o empate contra o Bragantino mostrou mais uma vez a fragilidade do setor defensivo.
Foram cinco pontos desperdiçados nas últimas semanas, e que podem fazer falta na tentativa de buscar vaga na Libertadores ou Sul-Americana 2025.
Os problemas no setor não são novidade no Grêmio. A busca por uma linha defensiva sólida é constante desde o ano passado. A campanha do vice-campeonato em 2023 marcou o contraste de rendimento entre os setores do time.
Enquanto o ataque brilhou sob o comando de Suárez, a defesa deixou a desejar. Uma diferença que voltou a ser sentida neste ano. Jemerson e Rodrigo Caio formaram a 15ª combinação defensiva testada neste ano.
Como aconteceu contra o Atlético-MG, a dupla considerada titular não estava à disposição em Bragança. Rodrigo Ely e Jemerson chegaram a ser anunciados para enfrentar o Bragantino, mas Ely voltou a relatar desconforto muscular e foi sacado da escalação. Rodrigo Caio acabou como o escolhido pelo combo Renato Portaluppi.
— Desde o ano passado, o setor defensivo tem deixado a desejar. O Grêmio precisa de renovação na linha de defesa. Mas, pensando neste ano ainda, com o elenco atual, a formação que tem funcionado melhor é Jemerson com Ely ou Kannemann. E na eventual ausência destes, acredito que o melhor seria optar pelos jovens Gustavo Martins ou Natã, sobretudo ao enfrentar adversário com velocidade no ataque, como é o caso do Bragantino — afirmou o narrador do grupo Globo, Márcio Meneghini.
Meneghini acredita que o problema do Grêmio, no entanto, vai além das opções de Renato na defesa.
— Os laterais têm demonstrado certa insegurança, o que pode ser fruto dos erros recentes, e da consequente cobrança da torcida. Talvez o melhor agora seja preservar o Reinaldo, dar uma segurada nas próximas partidas, experimentando outro jogador na posição. Outra questão é o espaço deixado entre o meio campo e a linha de defesa. A vocação desse time é ofensiva, mas deve haver alguma forma de aproximar os bons volantes Dodi e Villasanti da zaga — comentou.
Atílio Ancheta, zagueiro histórico do Grêmio na década de 1970, também vê que o problema do Grêmio é maior do que apenas o rendimento defensivo.
— A resposta não é fácil. Temos que ver os jogadores disponíveis. Renato tem tentado trocar pra ver se alguém se sobressai. É uma responsabilidade muito grande. Os defensores passam por altos e baixos. Temos falhas e erros. Talvez estejam aparecendo mais pelo time não estar ajudando. Não é apenas a defesa — opinou.
De volta aos treinos após a folga, os jogadores e a comissão técnica terão até o próximo sábado para encontrar soluções. No domingo, na Arena, o Flamengo será o adversário. E testará se a defesa terá melhores respostas.
Números de gols sofridos nas temporadas em que Renato comandou o Grêmio na Série A
- 2016
73 jogos / 79 gols sofridos / 1,08 gol por jogo
- 2017
79 jogos / 66 gols sofridos / 0,83 gol por jogo
- 2018
73 jogos / 57 gols sofridos / 0,78 gol por jogo
- 2019
73 jogos / 55 gols sofridos / 0,75 gol por jogo
- 2020
60 jogos / 46 gols sofridos / 0,76 gol por jogo
- 2023
64 jogos / 73 gols sofridos / 1,14 gol por jogo
- 2024 (até 17/9)
53 jogos / 55 gols sofridos / 1,03 gol por jogo