A história do Grêmio na Libertadores é construída por batalhas que muitas vezes se repetem ao longo dos anos. Em 2024, o Tricolor já reeditou com sucesso o confronto com o Estudiantes, em La Plata. Nesta noite, a partir das 21h, será a vez de voltar a Talcahuano, no Chile, para encarar o Huachipato em duelo que pode definir a vaga nas oitavas de final.
O cenário atual lembra o que ocorreu há 11 anos. Em 2013, a temporada marcava o retorno de Fábio Koff ao comando do Grêmio. O presidente fez altos investimentos e montou um elenco que empolgou a torcida com direito a goleada de 3 a 0 sobre o então campeão brasileiro Fluminense no Rio de Janeiro. Tropeços contra os cariocas na Arena e diante do Caracas na Venezuela fizeram o Tricolor chegar à última rodada para uma decisão contra o Huachipato no Chile.
Como agora, o Grêmio também havia perdido para os chilenos na Arena. Mesmo assim estava em vantagem em pontos e dependia do empate. A derrota decretava eliminação precoce na Libertadores.
— Foi um jogo difícil, que a gente precisava empatar e o Zé (Roberto) fez um golaço. O jogo teve confusão no final com o Vanderlei Luxemburgo, mas acabou acontecendo o que a gente queria, que era ir lá e classificar — recorda o ex-zagueiro Werley, titular do time gremista naquela noite.
Como lembrado por Werley, aquele empate por 1 a 1 com o Huachipato ficou marcado pela briga iniciada pelo técnico chileno Jorge Pellicer com Luxemburgo. O ex-zagueiro, no entanto, diz que não havia um clima hostil no Estádio CAP Acero.
— É um estádio bem pequeno, acanhado, mas não tinha tanta pressão nem tanta torcida. A dificuldade mesmo foi que o Huachipato tinha um time bom, um centroavante que até jogou no Grêmio depois (Braian Rodríguez). Era um time bastante experiente. O que aconteceu no final foi coisa de jogo, mas não havia um clima ríspido. Fomos bem recebidos na cidade — relembra.
O confronto desta noite será o penúltimo do Grêmio na fase de grupos — ainda resta o jogo com o Estudiantes no sábado —, mas a derrota novamente é assunto proibido para o Tricolor. Atrás nos pontos, o Grêmio será eliminado se perder hoje. Vitória garante a classificação antecipada. O empate não é mau resultado porque deixará o time de Renato Portaluppi dependendo apenas de um triunfo sobre um já eliminado Estudiantes no final de semana.
Depois de poupar os titulares na derrota para o Bragantino, pelo Brasileirão, Renato Portaluppi pode repetir no Chile a escalação da goleada sobre o The Strongest. Em termos de estratégia, Werley imagina que o treinador irá repetir o que foi feito diante do Estudiantes em La Plata.
— Eu imagino que a postura do Grêmio vai ser igual a contra o Estudiantes. Ali foi uma grande vitória fora de casa. Eu acredito que vai jogar da mesma maneira até porque o Renato tem a característica de buscar o gol, não é um treinador que gosta de um jogo reativo. O Grêmio vai procurar ter a bola, nada melhor do que ter a bola e fazer o adversário correr atrás — projeta.
Ontem, a Conmebol sorteou os enfrentamentos das oitavas de final da Libertadores. Se for primeiro, o Grêmio irá enfrentar o Peñarol. Caso passe em segundo, o adversário será o atual campeão Fluminense. Antes, porém, será preciso passar pela batalha em Talcahuano.
Cenários do Grêmio na Libertadores
Líder do Grupo C
- Vencer os jogos contra Huachipato e Estudiantes;
- Vencer Huachipato por dois gols de diferença e empatar com o Estudiantes;
- Empatar com o Huachipato e vencer o Estudiantes por dois gols de diferença.
Classificado em 2º lugar
- Vencer Huachipato;
- Empatar com o Huachipato e vencer o Estudiantes por um gol.
Eliminado
- Derrota para o Huachipato;
- Empate com Huachipato e Estudiantes.