O começo de uma minimaratona de oito jogos do Brasileirão teve um roteiro conhecido desde o ano passado no Grêmio. Novamente no Maracanã, com o Flamengo como adversário, o Tricolor jogou bem. Mas saiu de campo derrotado. A vitória dos flamenguistas por 2 a 1 mantém o alerta com a proximidade do Z-4 no horizonte gremista. Após seis jogos, e apenas seis pontos somados no 13º lugar da tabela, a distância para a zona de rebaixamento terminou a noite da última quinta-feira (13) em apenas um ponto.
Nas próximas quatro semanas, até o jogo do dia 13 de julho pela Copa do Brasil, a dedicação exclusiva do Grêmio é o Brasileirão. Oito rodadas, incluindo o clássico Gre-Nal, para deixar o Z-4 distante e ter condições de focar mais forças na Libertadores e Copa do Brasil. E sem previsão de retorno aos jogos da equipe na Arena.
— Feliz pelo gol, mas o trocaria pela vitória. Fizemos uma partida boa. Lutamos bastante até o final. Fomos penalizados pela grande qualidade que tem o Flamengo. Se não for o mais qualificado, é um dos mais do país. Jogamos de igual para igual. Perdemos no detalhe — lamentou Edenilson, que marcou seu primeiro gol pelo Grêmio.
Em entrevista coletiva, Renato pediu que a realidade de sua equipe seja levada em conta nas análises. Sem o fator local, fora do Rio Grande do Sul desde o mês passado e com desfalques por lesões, o técnico lamentou a dificuldade de ser visitante em todos os jogos.
— Atrapalhou muito e vai continuar (não ter fator local). Estamos todos longe de casa, da nossa torcida. Não é mesma coisa da Arena. Sentimos falta do carinho do torcedor em Porto Alegre. Estamos sendo bem recebidos onde vamos, mas essa é nossa desvantagem. Sentimos falta da nossa família. É uma vantagem para os adversários. É difícil, mas não tem outro jeito. A gente não para. E tomara que lá na frente tenhamos a Arena de volta — comentou Renato, em sua entrevista coletiva.
O técnico explicou que o clube adotou algumas medidas para minimizar esses problemas. Um dos pontos é a liberação das famílias nas viagens e concentração das viagens.
— Trabalho bastante essa parte psicológica. Temos liberado que as famílias que podem, que viajem com os jogadores. É o que podemos fazer neste momento. Meu grupo está muito bem na parte física. Enquanto os outros não estavam jogando, tivemos três decisões em 10 dias. O desgaste é muito grande. Chega um momento que o desgaste de tudo. Não adianta ficar se lamentando. É fácil criticar o Grêmio por não termos vencido — comentou.
A falta de opções resgatou até mesmo um jogador que parecia sem espaço no grupo. No fim da partida do Maracanã, o meia Nathan entrou no lugar de JP Galvão. Segundo o meio-campista, ele não quer deixar o clube.
— Não chegou nada. E sigo trabalhando. Agora é focar. Estou focado aqui. Não quero sair — decretou, e disse que pode ser utilizado como falso nove para dar mais opções ao ataque.
Para minimizar o desgaste com as viagens, o Grêmio optou por seguir mais alguns dias no Rio de Janeiro. A negociação com o Botafogo permitiu alterar o mando para Cariacica, no Espírito Santo, e facilitar a logística para a sequência do Brasileirão.