O Grêmio empatou sem gols com o Operário, no Paraná, no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, jogo que também foi sua estreia na competição. Diante de um adversário da Série B do Campeonato Brasileiro, o Tricolor adotou uma postura de correr poucos riscos e optou por controlar sem a bola um rival que pouco perigo levou ao goleiro Caíque.
Escalações
A volta de Caíque foi uma surpresa de Renato Portaluppi, que deixou Marchesín no banco pela segunda vez seguida. Na defesa, Natã e Gustavo Martins formaram o miolo da zaga para as preservações de Rodrigo Ely e Kannemann — Ely precisou entrar aos 21 minutos porque Gustavo Martins sofreu lesão. Pepê retornou ao meio-campo, assim como Cristaldo. Com a presença do argentino, Renato voltou a montar o Grêmio em seu sistema preferido, o 4-2-3-1, depois de usar o 4-1-4-1 na derrota para o Bahia, pelo Brasileirão.
A equipe gremista ainda teve novidades nas pontas com Galdino e Gustavo Nunes nos lugares que foram de Edenilson e Soteldo contra o Bahia. No Operário, o técnico Rafael Guanaes abriu mão do sistema com três zagueiros usado em jogos recentes atuando sem o volante Índio, que costuma ser recuado para a equipe defender em linha de cinco atrás.
A presença de um atacante mais agudo como Gustavo Nunes e de um meia como Cristaldo pareciam uma ideia de Renato de ser mais agressivo diante de um adversário que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, o Tricolor teve baixa presença ofensiva nos primeiros 45 minutos.
O primeiro tempo terminou com os dois times tendo o mesmo número de finalizações: seis cada. Foi do Grêmio a chance mais clara, com Cristaldo, que acertou a rede pelo lado de fora após passe de Diego Costa nos minutos finais em jogada de contra-ataque. A posse de bola foi maior dos paranaenses, de 58%, muito porque a estratégia gremista foi de permitir a troca de passes dos mandantes com seus zagueiros só pressionando a marcação na zona perto do meio de campo.
Mudanças no segundo tempo
Renato fez duas trocas na volta do intervalo, com Edenilson e Dodi entrando nos lugares de João Pedro e Pepê. Depois de atuar como meia pela direita em sua estreia contra o Bahia, Edenilson, desta vez, foi lateral-direito. Com 20 minutos, Renato sacou Cristaldo para a entrada de Nathan Fernandes. Com o jovem entrando como extrema pela direita, Galdino passou a ser o homem central por trás de Diego Costa.
Com Nathan Fernandes levando vantagems sobre Lucas Hipólito, que substituiu Pará na lateral-esquerda do time paranaense, o Grêmio viveu seu melhor momento na partida, mas não conseguiu balançar as redes.
Na reta final do jogo, o Operário voltou a ter maior presença no ataque, mas também sem muito trabalho a Caíque. A chance mais clara do time da casa havia sido no começo da etapa final, quando Cássio Gabriel saiu cara a cara com o goleiro gremista e finalizou para fora.
O segundo tempo foi de mais finalizações dos paranaenses, sete contra quatro, mas nenhuma delas acertou o gol de Caíque. A posse de bola chamou atenção, pois o Operário teve a bola por 66% do tempo nos últimos 45 minutos. O dado mostra como o Grêmio, mesmo diante de um adversário de Série B, não se preocupou em controlar a posse e optou por fechar espaços e manter seu gol protegido. Renato adotou o pragmatismo confiando na decisão na Arena também pensando no desgaste físico que seu time tem tido pela sequência de jogos em três competições.
— Só eu sei o que estamos passando devido ao desgaste. Toda partida nós perdemos jogadores. Tenho poupado alguns. Tenho colocado alguns em campo muito desgastados. Não desenvolvemos um grande futebol. Mas aqui é difícil. Sabíamos que encontraríamos dificuldades. Não temos um grupo para disputar três competições ao mesmo tempo. O desgaste é muito grande. Estamos dormindo em aviões e hotéis. Por isso que parabenizo meu grupo. Brigamos, lutamos, mas tínhamos que sair vivos. E saímos. Agora temos 90 minutos na Arena. E os problemas seguem. Com uma final a cada três dias. Meu grupo está muito bem fisicamente. O problema é o desgaste — afirmou Renato após o jogo.
O recado foi dado pelo técnico. A estratégia usada no estádio Germano Krüger não foi pontual. Pelo desgaste, o Grêmio deve atuar dessa maneira por mais vezes na sequência de partidas que tem pela frente.