A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou, nesta terça-feira (16), uma reunião com clubes das Séries A e B do Brasileirão para falar sobre o protocolo de concussão na competição. O procedimento foi aprovado em 2 de março pela International Football Association Board (IFAB), instituição que regulamenta as regras do futebol. A novidade já precisou ser utilizada na primeira rodada da primeira divisão, após Kannemann, do Grêmio, bater a cabeça no jogo contra o Vasco.
O presidente da Comissão Médica da confederação, Jorge Pagura, explicou à GZH as fases que o atleta com este tipo de lesão cerebral deve passar para retornar às atividades.
— Para retornar após uma concussão, existem fases preconizados para o 'Return to Play', onde o atleta deve estar assintomático em todas as fases. De comum acordo com os médicos das Séries A e B, definimos como cinco dias o tempo mínimo para o retorno, visando a preservação da integridade física do atleta — relatou o médico.
As denominações das fases são as seguintes: atividade de baixa demanda fora do campo (1), atividade de baixa demanda no campo (2), atividade física individual com bola (3) e atividade coletiva (4).
Por conta disso, o zagueiro Kannemann ficará de fora da partida do Grêmio contra o Athletico-PR, marcada para esta quarta-feira (17). O jogo ocorre na Arena, a partir das 19h.
Entenda
A substituição por concussão passou a ser utilizada no Brasileirão 2024. Por meio dessa regra, o time pode substituir um atleta que sofre uma pancada sem que essa troca conte como uma das cinco que o treinador normalmente tem à disposição. Isto é, configura-se em uma substituição a mais.
Esse tipo de substituição também será utilizada na Série B, que começa na próxima sexta-feira (19). Para "ativar" esse protocolo, o médico ou alguém do banco de reservas do clube deve entregar um cartão da cor vermelha ao quarto árbitro.
Ainda conforme as definições divulgadas pela CBF após a reuniões com os clubes, uma equipe pode realizar até sete substituições por partida. Esse número se deve ao fato de que ter um jogador trocado por concussão dá direito ao time adversário de fazer uma nova substituição tática a qualquer momento. Logo, a equipe teria as cinco substituições táticas (já regularmente previstas), mais uma substituição por concussão e outra substituição tática (caso o time rival tenha feito a troca por concussão).
Caso o choque em campo ocorra entre atletas da mesma equipe, somente um deles pode ser substituído pela nova medida. A recomendação da Comissão Médica e de Combate à Dopagem (CMCD) é que o outro jogador também saia do jogo, seja pela substituição tática ou simplesmente se retirando do campo caso não haja mais trocas disponíveis.