Pouco mais de três meses depois da vinda do Grêmio em busca da epopeia contra o Flamengo na partida de volta da Copa do Brasil, o ambiente mudou no Rio. As bandeiras que tremulavam entre Copacabana e o Leme foram trocadas pela as dos rivais. O momento é do Fluminense, mesmo que a força do Rubro-Negro fique evidente.
Na porta do hotel onde a equipe de GZH está hospedada, três meninos vendem camisas "alternativas" das equipes cariocas. Todos flamenguistas e otimistas com a virada na reta final do Brasileiirão.
— Se o Flamengo ganhar hoje, esquece. É campeão. Pode colocar aí que o Botafogo não vai ganhar o título — disse um dos meninos, que pediu para não se identificar e nem ter a foto registrada.
O movimento nos muitos hotéis da região é dividido entre torcedores do Flamengo, alguns palmeirenses e muitas, mas muitas, fãs de Rebelde. A banda mexicana fará seu primeiro show do tour no Brasil nesta quinta-feira (9), no Estádio Nilton Santos. Por isso a partida entre Botafogo e Grêmio foi remarcada para São Januário.
O clima de otimismo dos botafoguenses de fato murchou. Antes eles viam o Flamengo aparecer na imprensa mais pela troca de socos entre companheiros do que pelo produzia em campo sob o comando de Sampaoli. Agora, passados quase três meses, o título da Libertadores do Fluminense e a ameaça que se transformou o Flamengo na tabela, mudou o foco do noticiário local.
— É terrível ver esse momento. Estou vendo acontecer o que sempre se disse do Botafogo. Mas antes eram só os jogos entregues no finalzinho. Não pensei que seria o campeonato todo agora — lamentou Alexandre Barros.
Alexandre, 46 anos, é um dos poucos botafoguenses que aceitaram conversar com GZH na região próxima ao hotel que serve de concentração para o Grêmio em Copacabana. Situação semelhante a de Edineia Pimenta. Aos 55 anos, ela administra uma loja que vende produtos esportivos. Apesar do pessimismo de outros da torcida, ela se mantém confiante.
— Minhas vendas de produtos do Botafogo não caíram, não. Segue na mesma — disse.
Alguns metros adiante, uma longa fila buscava ingressos e produtos do Flamengo em uma loja dedicada exclusivamente ao Rubro-Negro.