O mês de outubro escancarou as dificuldades do Grêmio. Com três derrotas consecutivas desde o início do mês, o projeto Libertadores está ameaçado pelas instabilidades do time. Ao todo, contando desde a vitória sobre o Palmeiras no dia 21 de setembro, a fase negativa é de quatro partidas sem vitória no Brasileirão. Uma sequência completa após a goleada por 3 a 0 para o São Paulo no Morumbi, em partida válida pela 28ª rodada, na noite do último sábado (21). Com 44 pontos, e após começar a última rodada em quarto, o Tricolor poderia sair do grupo dependendo dos jogos do último domingo (22). Uma queda na tabela que ameaça seriamente os projetos para o ano que vem.
A reta final do Brasileirão agora ameaça uma situação que parecia quase certa. Após ficar 17 das 28 rodadas no G-4, a última vez que o Grêmio tinha ficado fora do grupo veio após a derrota para o Santos na 20ª rodada, o clube tenta encontrar soluções para a turbulência.
O primeiro recado veio ainda no gramado do Morumbi. Luis Suárez, que acabou levando um cartão amarelo que o tira da partida desta quarta-feira contra o Flamengo, disse que o momento é de reflexão em busca de soluções.
— Acho que temos que falar internamente. Trabalhar, corrigir muitas coisas que temos que fazer. Não é normal. Hoje com o 1 a 0 não estávamos bem, mas criamos uma chance. Temos que trabalhar muito, falar. Não é momento de procurar quem está fazendo mal as coisas. Temos que ficar focados se quisermos ficar no G-4 — disse Suárez.
Renato Portaluppi seguiu na mesma linha do centroavante. Não é momento de apontar culpados, mesmo que o técnico tenha dito em sua entrevista coletiva que se for para indicar responsabilidade, é dele a "culpa" pela fase ruim do time.
— É nosso pior momento. Temos oscilado nos últimos jogos. Mesmo assim, estamos na parte de cima da tabela. O Botafogo tinha gordura quando oscilou. Nós não tínhamos. Podemos perder algumas posições, mas faz parte. Nosso objetivo é buscar a vaga. Temos 10 jogos e estamos em uma sequência muito difícil. Se você ver hoje, não é desculpa, mas hoje tive 10 ou 12 opções a menos. Precisamos reverter as coisas. Vamos conversar, ver aonde estamos errando. Procurar corrigir e temos uma pedreira na próxima quarta. Hoje é fácil definir culpados, mas todos temos uma parcela. Não adianta chutar o balde. Defendo meu grupo até a morte. Se tem um culpado, sou eu — projetou Renato.
Como a questão dos investimentos do Grêmio foi pauta nas entrevistas após a derrota, coube ao vice de futebol Antonio Brum defender os reforços buscados pela direção na última janela de transferências. Na avaliação de Brum, João Pedro Galvão, Besozzi, Iturbe, Luan, Rodrigo Ely, Caíque ainda darão resposta no Brasileirão.
— A gente tem total confiança em todos os jogadores que passaram pela nossa análise. Trabalhamos dentro de uma realidade financeira do clube. Fizemos os movimentos dentro do que podíamos investir. Talvez ainda não tenham atuado os minutos suficientes para mostrar. O Besozzi fez gol contra o Athletico-PR. Contamos que ele darão uma resposta maior.
A questão da renovação de Renato para 2024 também foi algo discutido após o jogo. Surgiu em Portugal a informação de que o Tricolor estaria analisando o nome do português Pedro Martins, 53 anos, e que comanda o Al-Gharafa, do Qatar, para o ano que vem.
Brum afirmou que o clube trabalha apenas com o cenário da manutenção do atual técnico no momento. Mas que ficou combinado que a questão será discutida entre as partes apenas após as próximas rodadas.