O Grêmio foi superado pelo Inter no Gre-Nal 440 deste domingo (8), no Beira-Rio, por 3 a 2, resultado que o afastou ainda mais da briga pelo título do Brasileirão. GZH aponta cinco motivos que fizeram o Tricolor ser derrotado no clássico válido pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.
1 - Dificuldade na marcação de Alan Patrick
Ao longo de todo o Gre-Nal, o Grêmio teve dificuldade para conter Alan Patrick. O camisa 10 se movimentava saindo do ataque e encontrava espaços à frente da defesa gremista sem ser incomodado pelo trio de volantes. Assim, ele deu a assistência para Enner Valencia abrir o placar e anotou seu gol no clássico. O meia foi o jogador que mais deu passes no jogo.
Responsável por conceder entrevista após o Gre-Nal em razão da viagem de Renato Portaluppi, o auxiliar Alexandre Mendes admitiu que a linha defensiva gremista estava muito recuada, o que permitiu o espaço para Alan Patrick. Segundo ele, essa foi uma medida que Renato tentou corrigir no intervalo.
— Tivemos dificuldade na recomposição, na transição defensiva, quando tínhamos a bola e o Inter recuperava. O Renato tentou mudar um pouco já que o Alan Patrick conseguiu achar espaço entre a nossa linha de meio-campo e a defensiva. A nossa linha defensiva estava muito baixa. Tentamos corrigir isso, entender melhor o jogo. Nós tivemos muitos erros técnicos na equipe, principalmente com a bola. Isso favoreceu a transição do Inter — declarou.
2 - Aposta em Ferreira
A escalação de Ferreira foi uma novidade de Renato. O camisa 10 não era titular desde a derrota para o Santos, em 20 de agosto. A ideia de usar o atacante para explorar o setor no qual o Inter tinha o ofensivo lateral Bustos não funcionou. Ferreira ficou 54 minutos em campo e não conseguiu sequer um chute no gol, também não gerou nenhuma jogada que terminou em chance para o Grêmio.
3 - Erros na saída de bola
A marcação no campo de ataque é um marca do Inter de Eduardo Coudet. Mesmo sabendo disso, o Grêmio não encontrou mecanismos para sair dessa pressão. Principalmente no primeiro tempo, o Colorado teve sucesso ao adiantar a marcação no seu campo de ataque.
Foi após uma roubada, por exemplo, que Valencia saiu cara a cara com Grando no lance que o VAR acabou avaliando como possível pênalti para o Inter. Também foi a partir de um desarme de Aránguiz no campo ofensivo que o equatoriano teve a chance frente a frente com o goleiro gremista no final do primeiro tempo.O segundo gol colorado, marcado por Wanderson, começou após uma roubada de bola de Renê contra Galdino no campo de defesa gremista.
4 - Mudanças sem efeito
Depois de um primeiro tempo de superioridade do Inter, Renato Portaluppi voltou para a etapa final com duas trocas: Nathan entrou no lugar de Cristaldo e Galdino foi opção na vaga de Carballo. Houve também alteração no sistema tático, que passou a ser o 4-2-3-1. Mas nada disso teve efeito. Novidade na volta do intervalo, Galdino foi quem perdeu a bola para Renê na origem do segundo gol colorado, marcado por Wanderson.
Na reta final do Gre-Nal, Renato empilhou atacantes com as entradas de Besozzi, André Henrique e Iturbe. Mesmo terminando o jogo com cinco atacantes, o Grêmio não conseguiu o gol de empate.
5 - Falta de criatividade
Uma diferença do Gre-Nal deste domingo em relação aos enfrentamentos entre Coudet e Renato em 2020 foi que desta vez o Inter teve uma menor posse de bola. Até pelo gol de Valencia ter saído cedo, o time colorado adotou a postura de em muitos momentos abrir mão da posse para tentar atacar em transições.
Ao final do jogo, a posse do Grêmio foi de 54% contra 46% do Inter. Mesmo tendo mais a bola faltou criatividade ao time gremista. Os gols de Suárez e João Pedro, ambos em chutes de fora da área, foram as únicas finalizações do Tricolor que chegaram ao gol de Rochet. A equipe ainda abusou dos cruzamentos errados. Foram 19 no total, nenhum que terminou em alguma conclusão a gol.