O Grêmio conta com Pepê para dar sequência em sua arrancada no Brasileirão. Protagonista dos bons momentos do clube na temporada, o ex-camisa 10 da base do Flamengo se encontrou como volante no Cuiabá. Por isso, o jogo deste domingo, às 11h, será um reencontro para o jogador. Na mesma função em que se tornou destaque na sua passagem de 20 meses pelo clube do Centro-Oeste, neste domingo (3) ele tem a chance de completar pela segunda vez no ano duas partidas com 90 minutos em campo. Algo que conseguiu apenas em janeiro, quando enfrentou São Luiz e Caxias em sequência.
Duas lesões na coxa esquerda o tiraram de ação em 2023. A primeira ocorreu nas semifinais do Gauchão contra o Ypiranga. Foram praticamente dois meses em recuperação até o retorno. Mas na sua segunda partida, no jogo contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil, voltou a sofrer o problema físico. Mais três meses afastado até o novo retorno.
Se a boa atuação contra o Cruzeiro foi um indício da recuperação completa das lesões musculares, a partida contra o Cuiabá é tratada como a oportunidade de afirmação.
— Foram praticamente cinco meses parado. Isso nunca tinha acontecido. Foi complicado de fortalecimento, não só da cabeça, mas também da posterior, onde tive a lesão. Mas hoje estou bem, feliz, consegui voltar bem fisicamente. O pior já foi. Estou bem, consegui suportar bem os 90 minutos. Tenho falado para as pessoas da minha volta que estou zerado e pronto para completar esse nosso ano de forma boa — garantiu, sexta-feira, em entrevista coletiva.
Esta nova versão do Grêmio passa muito por Pepê. Renato pensou uma forma de combinar os pontos fortes dos demais jogadores para potencializar o meio-campo. Só que sem o "facilitador", alguém capaz de marcar e criar com a mesma naturalidade, ficava complicado. Uma característica que o fez ser buscado no Cuiabá para reproduzir o mesmo impacto que Maicon teve quando ingressou no time titular em 2015.
Em entrevista ao podcast do jornalista Duda Garbi, Maicon disse que vê Pepê com potencial para alcançar mais no Grêmio do que ele conseguiu. Apesar das similaridades no estilo de jogo, o ex-capitão afirmou que o atual volante gremista é "mais atleta" do que ele.
Apesar da badalação que teve no Centro-Oeste, perdeu o posto de venda mais alta da história do Cuiabá neste ano. O clube negociou o zagueiro Joaquim para o Santos por R$ 18 milhões. O Tricolor pagou cerca de R$ 8 milhões para ter 60% dos direitos econômicos do atleta.
— Ele chegou aqui do Flamengo. Veio badalado e conseguiu a oportunidade de jogar com regularidade na Série A. Jogou como segundo volante, algumas vezes um pouco mais adiantado. Era um dos principais jogadores do elenco, mesmo tendo algumas oscilações de desempenho. Mas teve bom rendimento — relembra Pedro Lima, setorista do Cuiabá para a Rádio CBN.
— É um time de transição boa. Precisamos ficar atentos com essas duas possibilidades. Joga bastante em transição, bola parada de falta, escanteio, desde o tiro de meta com a raspada do Deyverson. Precisamos ficar atentos.
Pintado, técnico do jogador no ano passado no Cuiabá, vê Pepê como uma peça ideal para esse modelo de jogo do Grêmio. Com a proteção de Villasanti, mas a liberdade para se somar a Cristaldo na criação, o potencial do volante fica maximizado.
— O Pepê é um jogador de construção, que trabalha bem com a bola, controla o jogo. Finaliza bem também. O Grêmio marca atacando, então ele encaixa muito bem — aponta Pintado.