Dias turbulentos fazem parte da atual rotina do Atlético-MG, adversário do Grêmio neste sábado (22). O alvoroço está relacionado a questões dentro e fora de campo. Dentro das quatro linhas, as vitórias rarearam. Nos bastidores, o clube está em ebulição devido à sua transformação em SAF.
A saída de Eduardo Coudet do comando técnico não foi o suficiente para fazer o time disputar as primeiras posições na tabela do Brasileirão. Com um dos elencos mais caros no país nas mãos, o treinador reclamou da falta de opções, entrou em atrito e deixou o clube após o empate com o Bragantino, em 10 de junho. Desde então, a situação piorou.
O Atlético recorreu aos serviços de Luiz Felipe Scolari. A contratação tirou o veterano treinador da aposentadoria da função — desde o começo do ano ele trabalhava como dirigente do Athletico-PR. Em pouco mais de um mês na Cidade do Galo, Felipão colecionou frases ácidas contra a arbitragem e resultados longe do ideal. A primeira vitória ainda está por vir.
— Felipão tem uma forma de jogar muito diferente da que o Atlético aplicava com Coudet e, por isso, sabíamos que teria um trabalho difícil nesse início para remodelar o time à sua maneira. Teve muitos problemas de lesões e suspensões de jogadores a cada rodada. Hyoran, Hulk, Paulinho, agora Pavón, todos estiveram fora em algum momento. Por tudo isso, o fato é que Felipão ainda não achou uma escalação ideal para o Galo para que ele pudesse dar sequência e naturalizar as movimentações. Mesmo com semanas cheias por causa da eliminação na Copa do Brasil, o time não tem apresentado evolução a cada jogo, por isso preocupa tanto — analisa Henrique Fernandes, comentarista do SporTV.
São, ao todo, sete partidas sem vitória, seis delas sob o comando do ex-treinador gremista. Com ele são quatro empates e duas derrotas. Na rodada passada, o Atlético-MG empatou com o Goiás, fora de casa. Criticado pela arrancada do seu trabalho, o técnico saiu ao ataque.
— Em uma semana eu tenho que fazer mágica? — disparou. — Me incomoda a mesma coisa que os torcedores, eles não estão satisfeitos, eu também não estou. Nosso grupo não está satisfeito. Tem feito o possível para desenvolver uma situação melhor e não estamos conseguindo, são fases que serão superadas com trabalho — complementou.
Para a partida contra o Grêmio, o atacante argentino Pavón e o zagueiro Bruno Fuchs devem ficar à disposição. Os dois estão recuperados de lesão e voltaram aos treinos nesta semana. O mesmo não se pode dizer dos meias Zaracho e Hyoran. A dupla segue afastada dos treinos devido a problemas físicos. O zagueiro Jemerson, o lateral Arana e o atacante Vargas estão suspensos.
Felipão deve escalar o time com Everson; Mariano, Lemos, Igor Rabello e Rubens; Battaglia, Edenilson e Igor Gomes; Pavón, Hulk e Paulinho.
Apesar dos problemas, o Atlético segue vivo na Libertadores. Na quarta-feira, recebe o Palmeiras, na partida de ida das oitavas de final.
Nos bastidores, o clube está em ebulição. Na quinta-feira (20), o Conselho Deliberativo votou a transformação do clube em SAF. Com um endividamento bilionário, a transformação do Galo em clube empresa deve render R$ 913 milhões por 75% das cotas. A direção também assinou com a Libra para negociar seus direitos de transmissão, modificando o seu posicionamento no começo das negociações, quando fazia parte da Liga Forte.