Um sorridente Bruno Alves sentou à mesa da sala de entrevistas do CT Luiz Carvalho, antes do treino da tarde desta terça-feira (28). Foi com um gol dele que o Grêmio virou a partida sobre o Ypiranga, no último sábado (25), levando a disputa da vaga na final para as penalidades.
O zagueiro, que chegou à Arena no ano passado para ser um reserva imediato, se tornou um titular e tem, inclusive, marcado gols importantes pelo Tricolor. Um deles, na decisão do Estadual do ano passado.
— Recebi muitas mensagens nos últimos dias, falando desta fase que estou vivendo aqui. Desde quando cheguei aqui, contei que na base eu não havia passado no teste e tinha desejo grande de voltar. Eu sabia que ia ter algumas oportunidades e fico feliz por estar correspondendo e recebendo o carinho da torcida. Admiro muito o Kannemann e Geromel e fico feliz por estar substituindo à altura duas personalidades fortes aqui dentro. É um momento abençoado que estou vivendo — contou ele.
Mas, se o defensor vive em lua-de-mel com a torcida gremista, o mesmo não pode ser dito sobre Thiago Santos. O volante foi tão vaiado no fim de semana que acabou substituído minutos depois de ter ingressado em campo.
— Entendo que o atleta é um patrimônio do clube. Críticas desportivas vão acontecer no decorrer da nossa carreira, mas quando passa para o lado pessoal expõe não só o atleta como o ser humano, a família e os filhos. A gente sente a dor porque pensa: hoje é ele, amanhã pode ser eu. Meu filho e minha esposa vão ao estádio. Então, quando vejo um companheiro sendo vaiado, me coloco no lugar. O que a gente pode fazer é abraçar e dizer que está todo mundo junto — opinou o zagueiro.
Bruno Alves, aliás, conseguiu dar a volta por cima na mesma partida. Depois de perder a bola na entrada da área, o jogador viu o Ypiranga abrir o placar no jogo de volta da semifinal.
— Eu nem pensei em erro. Só coloquei na minha cabeça que a gente tinha que fazer dois gols. O que credencia o ser humano é o que ele faz após o erro. O erro acontece, é normal. Então, não deixei me abater, procurei estar mentalmente forte e focado. Quando tomamos o gol, pensei que tínhamos 30 minutos para virar o jogo e fiquei feliz de fazer o gol. Foi mais emocionante ainda porque foi nos pênaltis — relembrou.
Para o próximo sábado (1°), quando começará a ser decidido o título gaúcho contra o Caxias, no Estádio Centenário, Bruno Alves voltará a ter a companhia de Kannemann, que cumpriu suspensão. Mais à frente, o Grêmio ainda deverá contar com Villasanti e Carballo, que regressam de amistosos com suas seleções, e Cristaldo, que se recupera de lesão muscular.
Apesar de estar muito próximo da força máxima, o zagueiro prega respeito ao adversário. Nem mesmo o fato do rival Inter estar ausente na final faz com que o atleta aceite o rótulo de favorito.
— Na minha opinião, não muda nada. Continua sendo 50% a 50%. O Caxias chegou na final por méritos. A única derrota que eles tiveram foi para nós. É uma equipe que evoluiu muito durante a competição, tem muitos pontos positivos. Assisti a quase todos jogos do Caxias e eles têm um ataque rápido, um estilo de sair com bola dominada desde o sistema defensivo. Então, vejo que não tem favorito. É uma decisão e tudo pode acontecer. O que posso garantir é que a gente vai trabalhar com força e coração para comemorar mais uma conquista com a camisa do Grêmio — concluiu.