Já classificado para a semifinal do Gauchão, o Grêmio entrará em campo neste sábado (17) de Carnaval, às 16h30min, para encarar o São Luiz, no Estádio 19 de Outubro, com uma equipe alternativa. Enquanto os titulares descansam após as sete vitórias nas primeiras sete rodadas, o melhor início do clube no Campeonato Gaúcho desde 2007, os reservas terão a oportunidade de somar minutos. Entre eles está o goleiro Adriel, que diante do Avenida, na Arena, recebeu sua primeira chance no ano.
Com a formação iniciada no Náutico, Adriel chegou a atuar profissionalmente pelo Sparta, do Tocantins, em 2018, quando disputou duas partidas pela Série D do Campeonato Brasileiro. Naquele mesmo ano chegou para a base do Grêmio, de onde sempre saíram informações elogiosas sobre sua qualidade.
O baiano estava acima de Brenno e Gabriel Grando na hierarquia da posição quando o elenco principal contava com Vanderlei e Paulo Victor. No entanto, acabou perdendo espaço por questões extracampo. Por um momento esteve fora da melhor forma física e também desagradou à comissão técnica após uma reclamação por ter ficado fora de uma lista de relacionados.
Por tudo isso, quando Paulo Victor e Vanderlei ficaram fora dos planos de Renato Portaluppi após acumularem falhas, no começo da temporada de 2021, Adriel já não era o primeiro dos jovens na fila dos goleiros. Com isso, Brenno ganhou sequência como titular no Gauchão conquistado já com Tiago Nunes na casamata. Quando Brenno foi para seleção olímpica, Gabriel Grando recebeu oportunidades na Sul-Americana e no Brasileirão.
Adriel atuou em 2021 apenas uma vez, na disputa da Recopa Gaúcha, quando um time reserva do Grêmio goleou o Santa Cruz por 3 a 0. Ele precisou esperar 16 meses para voltar jogar pela equipe principal. No ano passado foi titular na despedida da Série B, uma nova goleada de 3 a 0 sobre o Brusque. Contra o Avenida, na rodada anterior do Gauchão, ganhou a primeira chance nesta temporada.
Além dos fundamentos defensivos de goleiro, Adriel se destaca pela qualidade acima da média para jogar com os pés. Essa vantagem que ele leva sobre seus concorrentes vem do início da formação, quando jogava na linha.
— O refino técnico é uma capacidade que dá destaque a ele. O Adriel tem a técnica específica do goleiro, dos fundamentos e também o jogo com os pés. Isso é um diferencial dele. Como atleta é comprometido com as questões do jogo, do treinamento. Com certeza é um goleiro que te aumenta repertório dentro da partida. Como tem esse fundamento com os pés facilita o jogo de apoio, a participação também com os lançamentos. O balão dele é muito preciso, os lançamentos também, isso aumenta o leque de jogadas. Com alguns goleiro você fica limitado, mas ele te dá isso — observa César Lopes, o Cesinha, que treinou Adriel no sub-19, no sub-20 e na transição do Grêmio.
No ano passado, César Lopes voltou a comandar Adriel, quando o goleiro desceu para disputar partidas da Copa FGF com a equipe sub-23.
— Ele ganhou experiência, rodou. A confiança dele em trabalhar algumas questões do jogo foi mudando com o tempo e ele cresceu com os jogos. O treinamento no profissional, os enfrentamentos e as dinâmicas contribuem para isso — ressaltou Cesinha ao comparar o que viu de diferente de Adriel na volta para a equipe de transição no ano passado em relação aos tempos de sub-20.
Mesmo que tenha sido de forma espaçada, um jogo em cada ano, Adriel ainda não sofreu nenhum gol como profissional do Tricolor. Essa marca ele tentará manter em Ijuí neste sábado.