Odorico Roman, candidato à presidência do Grêmio para o triênio 2023—2025, foi entrevistado pelo Show do Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta sexta-feira (21). O postulante ao comando do Tricolor apresentou seus planos para o possível mandato e respondeu aos principais tópicos que pautam o time para a próxima temporada: permanência do técnico Renato Portaluppi, reformulação do elenco e compra da Arena.
Treinador para 2023
Conversei com o Renato. A nossa definição é que ele será o treinador no ano que vem. Participei das renovações do Renato em 2016 e em 2017. Sei como funciona. Não existe dificuldade. Não houve acerto. Os valores financeiros precisam ser acertados. Manifestei o desejo de que ele ficasse. Ele também manifestou o desejo de ficar.
Perfil do técnico
Quero uma pessoa que tenha condições de montar um time que saiba trabalhar em situações adversas, que tenha um padrão de jogo. Gosto muito do time de 2016 e 2017. Tem também uma conversa sobre modelo de jogo. Nós precisamos discutir isso. Quero um time que saiba reagir a situações adversas. Queremos um time de segurança ao torcedor.
Contratações
Não podemos ficar esperando o resultado da eleição. Já estamos analisando o plantel atual. Temos um estudo sobre quem tem potencial para ficar ou não. Na nossa avaliação, precisamos de algo em torno de 15 contratações para termos um grupo que nos dê tranquilidade para o ano que vem. A base é algo estratégico. Qual é a função da base? A função da base é formar jogadores. Hoje o Grêmio tem 70 jogadores, com mais de 20 anos, sob contrato. O Grêmio tem 18 jogadores emprestados para outros clubes. A base tem de formar jogadores que possam ser utilizados no profissional, que deem resultados no profissional. Quantos da base vão jogar no profissional? Isso depende da competência da base.
Perfil dos reforços
A gente detectou as carências para buscar os jogadores. Nós precisamos ter acesso as plataformas de análises. Hoje, existem diversas plataformas. Precisamos dos recursos que o clube dispõe. Tão logo a eleição se conclua, nós vamos poder ter acesso a elas para aí sim garimpar os jogadores.
Transição no cargo
O Grêmio tem regras estatutárias. Essa questão é tranquila. A gestão do presidente Romildo não vai colocar obstáculos. Os dados serão disponibilizados para o vencedor.
Situação financeira
O primeiro lugar é reduzir as despesas na medida do possível. Desses 70 jogadores, muitos terminam contratos. Afora isso, reduzindo a folha excessiva, vamos ter um aumento na receita de televisão. Esperamos também que a Libra se consolide, o que pode gerar uma receita para o clube. A situação até junho é preocupante, com um déficit de R$ 50 milhões. Não sabemos se teremos ingressos de recursos. De todo modo, vamos ter de buscar alternativas no mercado. Vamos ter de montar um grupo que não exponha o Grêmio a sobressaltos em 2023.
Profissionalização
Começa com um executivo escolhido no mercado. Com experiência em grandes clubes. Depois precisamos revisar o organograma, criando outras áreas, se necessárias. A partir do executivo principal, tem o executivo de futebol também. Vamos fazer a seleção, inclusive avaliando os atuais executivos do Grêmio. Vamos implementar as políticas definidas no planejamento estratégico do Grêmio. Existem políticas definidas. Essas políticas serão entregues aos executivos. Rapidamente teremos uma estrutura de executivos, com a definição do que precisa ser executado.
Nomes dos profissionais
Temos alguns contatos feitos. Temos na mira um CEO muito experiente. Obviamente que o acerto depende se ganharmos as eleições. A partir dele, iniciaremos o processo de preencher as demais áreas. Conversamos com quatro pessoas (para o cargo de CEO). Será um executivo de peso, com penetração no mercado. A torcida pode ficar tranquila que teremos um executivo de futebol de primeira linha. Não vou prometer anúncio de nomes. Todos que conversamos estão trabalhando. Isso seria até uma irresponsabilidade. O vice de futebol pode sair desses nomes (do Conselho de Administração) ou não.
Compra da Arena
É um assunto bastante complexo. Eu estudei os contratos da Arena. Participei lá no início da renegociação. A aquisição da gestão da Arena não pode ser abandonada. O que vai acontecer daqui a 10 anos se o Grêmio não adquirir a Arena? Ninguém sabe. O Grêmio pode ficar sem estádio. Houve um descumprimento da OAS. Quando teve o momento de trocar as chaves e o Grêmio registrar a Arena como propriedade sua, havia esse ônus sobre a Arena. Ou seja, o Grêmio não poderia registrá-la como propriedade sua. A aquisição é muito importante. O Grêmio não ter a gestão da Arena é uma desvantagem. Existem limites de arrecadação em função dos sócios. As campanhas de sócios não têm os resultados que poderiam ter. Então, dizer que tanto faz (adquirir a gestão da Arena), me parece um desconhecimento que assusta.
Apoio de Danrlei
Nós temos que registrar que a nossa chapa foi a mais votada (na eleição para o Conselho). A questão do Danrlei e do Guerra me parece que houve uma tentativa de exploração da imagem. O que se vê, e eu acho engraçado, é que antes uma chapa era invencível com o Danrlei. Agora ela é invencível sem o Danrlei. Ele é uma figura importante, um ídolo da torcida. Eu conversei com ele no início do ano. Nunca tivemos nenhuma tratativa para alinhamento de chapa. Houve um descolamento das chapas. Vamos ver o que acontece. Todos que quiserem contribuir de forma espontânea, dentro dos valores do Grêmio, serão bem-vindos para conversar e trabalhar.