O técnico Renato Portaluppi mostrou sua insatisfação com as críticas recebidas após ter dado folga aos jogadores do Grêmio no final de semana, quando viajou ao Rio de Janeiro. Em entrevista nesta terça (27), o técnico rebateu comentários do ex-treinador tricolor Tiago Nunes, que fez críticas ao método de trabalho de Portaluppi no mês passado.
— Você tem folga de vez em quando. É impossível ter alguém falado disso no Flamengo. Não poderia ter folga no Flamengo, estávamos em três competições. No Grêmio, como qualquer outro clube, sempre terá folga. Precisa criticar todos os clubes. Todos dão folga. Precisam culpar a CBF pelo calendário. O Tiago Nunes já tinha feitos críticas e me calei. O que ele ganhou até hoje? Os jogadores pediam para acabar. Sempre treinei bem, os oito títulos que ganhei tinham futevôlei. Estou cansado de ouvir coisas mentirosas e me calar. Cada um fala o que bem entender, mas precisa bancar. Por que não falou isso quando estava aqui no Grêmio? Quando não tem capacidade, arranja desculpas. Trabalhou três meses no Ceará, outros três no Corinthians. Lá tinha futevôlei? Toda vez que achar que precisa dar folga, darei — afirmou Renato.
Em entrevista ao canal do YouTube do comunicador Duda Garbi em agosto, Tiago Nunes falou sobre os problemas que encontrou no Grêmio em sua chegada após a saída de Renato no início de 2021.
— O Grêmio teve um problema seríssimo de preparação física. O Reverson (Pimentel, preparador físico), quando cheguei, estava tentando melhorar. Os caras jogavam futevôlei fora do horário de treino para compensar o que não treinavam. Tivemos que acabar com algumas coisas ali dentro que eram surreais. O futebol não estava tão profissional como deveria ser. Quando a gente começa a sistematizar algumas coisas, gera a discórdia, atrito e divergência — disse Nunes, que também fez críticas aos dirigentes gremistas.
— O Grêmio utilizou do Renato como imagem de blindar o clube. O cara que passa quatro, cinco anos com esse tamanho dentro do Grêmio, afasta muito as pessoas. Tanto Grêmio quanto Inter são clubes extremamente políticos. No momento que o Renato sai, imagina cinco anos represados, de pessoas que não tinham voz e agora querem ser ouvidas. Internamente, era uma encheção de saco — completou Tiago Nunes.
Em outro ponto da coletiva, Renato voltou a defender a opção de preservar jogadores do desgaste de alguns treinos e partidas. Além da orientação para Edílson, Bruno Alves, Diogo Barbosa e Lucas Leiva, o técnico citou que a lista de ausências será ainda maior para a partida contra o Sampaio Corrêa na próxima sexta-feira.
— Vou preservar quem precisa correr. Também preservarei Geromel e Diego Souza para o jogo contra o Sampaio Corrêa. Cansa lá no Maranhão e aí não teríamos eles para a outra decisão na terça-feira, contra o CSA. Aí entra a inteligência do treinador. Não farei as coisas para agradar ninguém, mas para ter meu grupo inteiro — finalizou.