O Grêmio informou na tarde desta quinta (25) que ingressou com um mandado de segurança na Justiça com o objetivo de reverter a interdição da arquibancada da norte. O clube pede que o setor seja liberado nos jogos do clube na Arena até o julgamento dos episódios de violência registrados na partida contra o Cruzeiro, no último domingo (21).
A arquibancada norte foi interditada por 90 dias pelo Juizado do Torcedor na última segunda (22) após brigas que ocorreram entre organizadas do clube no jogo contra os mineiros. Além disso, as torcidas foram suspensas pelo mesmo período.
Não há um prazo determinado para que a Justiça emita decisão sobre o pedido do Grêmio. A expectativa do clube é que seja deferida liminar liberando o funcionamento do setor.
"O clube aguarda o resultado desta medida, de forma breve, para contemplar milhares de torcedores que poderão ser privados de acessar o espaço mais popular do estádio", informou em nota a assessoria gremista.
Na segunda-feira, o presidente Romildo Bolzan Jr. negou que o clube tenha sido negligente e criticou a decisão tomada pelo Juizado do Torcedor. Segundo a manifestação do presidente, a posição do clube é pela individualização das responsabilidades pelas cenas de violência.
— Esse processo está sendo julgado, e a decisão foi julgar fora do processo. O Ministério Público pediu a suspensão das organizadas, nunca pediu a interdição do espaço. Se alguém pensa que o Grêmio negligenciou, sabem quantos biometrizados temos aqui? Quarenta e cinco mil pessoas estão cadastradas ali. O Grêmio não pode ser acusado de negligência — pontuou o dirigente.
A decisão de fechar o setor norte foi tomada pelo juiz o Marco Aurélio Xavier, o titular do Juizado Do Torcedor. Ele explicou em entrevista "Sala de Redação", da Rádio Gaúcha, na segunda-feira (22), que a posição foi tomada de forma preventiva e era indispensável.
— Essa medida tem natureza preventiva, não podemos permitir que diante de atos de violência de tamanha gravidade as coisas aconteçam normalmente no próximo jogo. A medida por si só, obviamente, não é suficiente (para conter a violência). Temos duas ações civis públicas que podem proibir as organizadas de três meses a três anos. Essa sim uma medida mais efetiva no sentido de corrigir os rumos das torcidas organizadas. A medida cautelar vai repercutir nas ações civis públicas que estão em andamento — explicou.
Na terça-feira (23), a administração da Arena manifestou em nota a contrariedade com a decisão tomada pelo Juizado e prometeu também tomar medidas judiciais.