
Com um a menos desde os 30 minutos do primeiro tempo, o Grêmio teve de suportar a pressão da Chapecoense e segurar o empate em 0 a 0 na Arena Condá. O resultado manteve o Tricolor em segundo lugar, com 37 pontos, mas Vasco e Bahia ainda entram em campo pela 21ª rodada e podem ultrapassar a equipe de Roger Machado nesta semana. Mesmo com a sequência invicta mantida – agora são 15 rodadas sem perder na Série B –, o time decepcionou novamente em uma partida longe da Arena. Foi o oitavo empate consecutivo fora de casa.
Em 11 jogos como visitante, o Grêmio venceu apenas uma vez, perdeu outra e empatou nove. Por outro lado, a série de seis vitórias e nove empates coloca o Grêmio em situação tranquila no G-4. Mas o discurso externo de tentar reduzir a diferença para o Cruzeiro acabou comprometido nas dificuldades encontradas em Chapecó. A desvantagem para o líder do campeonato pode chegar a 11 pontos em caso de vitória dos mineiros sobre o Brusque, no sábado, em Santa Catarina. No pior cenário possível de projeção da tabela, a distância para o quinto colocado pode terminar em cinco pontos na rodada.
As circunstâncias do empate em Chapecó, no entanto, serviram como justificativa para a postura do time. Jogadores, comissão técnica e direção avaliaram que o resultado foi bom, levando em conta que o time perdeu Ferreira e Bitello nos primeiros 30 minutos da partida. O camisa 10 sentiu lesão muscular e o volante acabou expulso por acertar um chute no rosto de um adversário.
— O jogo foi difícil. Jogamos uma hora com um a menos. Poderíamos ter matado o jogo com o Diego Souza. Chegamos aos 15 jogos sem perder, então vamos valorizar esse ponto. Temos que buscar a vitória sempre. Nosso time tem essa condição. Agora é trabalhar bem e buscar os pontos que deixamos aqui lá em Campinas — comentou Lucas Leiva, que entrou no lugar de Campaz para recompor o sistema de marcação após a expulsão de Bitello.
Na entrevista coletiva, Roger concordou com a análise do volante. Na avaliação da comissão técnica, o Grêmio poderia ter criado chances de marcar em contra-ataques mesmo com um jogador a menos. Mas os erros técnicos acabaram evitando a oportunidade de aproveitar as saídas para o ataque.
— Depois dos 30 (minutos) do segundo tempo, quando colocamos alguns jogadores mais descansados, achei que a gente poderia encaixar um contra-ataque. Tentar sustentar do equilíbrio defensivo para depois quando o adversário vir para a frente, nós tentarmos vencer. Levamos um ponto importante, mas penso que vínhamos produzindo até a expulsão, teríamos a chance de vencer. Vínhamos dominando e criando soluções para chegar ao gol da Chapecoense — comentou.
Os 10 dias até o próximo jogo ganharam importância maior pelas consequências da partida em Chapecó. A comissão técnica terá esse período para tentar recuperar Ferreira, que deixou a Arena Condá reclamando de dores na coxa esquerda. Mas também poderá aproveitar o período de treinos para preparar melhor Guilherme e Lucas Leiva. O volante assumirá a titularidade para a partida contra o Guarani na vaga de Bitello, que cumprirá suspensão pela expulsão. E o atacante também poderá ser titular, caso Ferreira precise de mais tempo no departamento médico.
Após cumprir o ciclo de vacinação para a covid-19, Thaciano também ficará à disposição para o jogo contra o Guarani. O meia treina com o restante do grupo desde o início de julho, mas perdeu as partidas contra a Ponte Preta e a Chapecoense por conta de orientação da CBF.
O ponto positivo é que o jogo contra a Chapecoense garantiu o acionamento da cláusula de renovação automática de Geromel para 2023. O zagueiro, que completará 37 anos, alcançou a marca de participação em 60% dos jogos do Grêmio na temporada e tem permanência garantida.