Na noite desta terça-feira (7), mais uma vez, o Grêmio entrará em campo pressionado pela necessidade de um bom resultado diante do Novorizontino, a partir das 21h30min, na Arena, pela 11ª rodada da Série B. Afinal, são cinco jogos seguidos sem vencer pela competição, com quatro empates consecutivos e nada de gols nas últimas três partidas.
Essa sequência deixou a equipe na sexta posição, com 14 pontos, quatro atrás de Sport e Vasco, terceiro e quarto colocados, respectivamente, e fora do alcance tricolor nesta rodada. Por tudo isso, a comissão técnica de Roger Machado e o departamento de futebol, comandado por Denis Abrahão, precisam que o campo convença o extracampo de que devem seguir nos cargos. Em caso de novo tropeço, é grande a chance de trocas nos gabinetes e na casamata gremista.
Portanto, para evitar mudanças, uma vitória nesta noite é fundamental. Afinal, o Novorizontino é o sétimo colocado, com a mesma pontuação do Grêmio. Mais do que isso, em caso de novo insucesso, o time gaúcho poderia, na pior das hipóteses, terminar a rodada na 12º posição.
— O Grêmio, assim como Vasco e Cruzeiro em anos anteriores, achava que passaria pela Série B tranquilamente. Mas a competição está muito complicada, competitiva. O time do Grêmio não é tão melhor do que os outros, é tudo muito parelho. Acho que vai superar esse momento complicado, mas demora um pouco para alinhar o time. Na janela, vai ter de buscar reforços para não correr riscos — avalia o ex-lateral Patrício, campeão da Série B pelo Grêmio em 2005.
Ele recorda que, naquele ano, a chegada de jogadores como o volante Sandro Goiano, o meia Marcelo Costa e os atacantes Ricardinho e Lipatín ajudaram a equipe a concluir o objetivo de retornar à primeira divisão. Mas, mais do que isso, foi fundamental o apoio da torcida no Olímpico, algo que a direção gremista espera que ocorra também na Arena.
— Esse próximo jogo é muito importante, porque o Novorizontino tem a mesma pontuação do Grêmio. É um jogo de seis pontos, que não pode perder e nem empatar, ainda mais dentro de casa. E a torcida faz muita diferença. Na minha época, o Grêmio subiu muito por conta da torcida, que nos abraçou e incentivou até o final — recorda Patrício, que hoje é auxiliar-técnico.
Quem partilha desta mesma opinião é Lipatín. O atacante uruguaio chegou em agosto de 2005 vindo do Bari, da segunda divisão italiana, e fez gols importantes na reta final daquela Série B. Na avaliação dele, o torcedor que for ao estádio precisa esquecer o mau momento e apoiar o time do início ao fim:
— Se o torcedor entender o quanto esse apoio afeta positivamente os jogadores, eles iriam ao estádio com outro espírito. O torcedor tem nas mãos o poder de fazer o time subir. Não vai lá para vaiar, não é o momento, nessa instabilidade, os jogadores precisam do apoio. Isso fez diferença naquela campanha.
Pensando nisso, os dirigentes do clube têm pedido o comparecimento da torcida na Arena. Mas, apesar de descontos e possibilidade de upgrade de setor para sócios, nas redes sociais torcedores reclamam do preço dos ingressos, que variam de R$ 50 a R$ 120 para não-sócios.
Alheio a isso, o técnico Roger Machado terá de buscar alternativas para furar uma possível retranca do Novorizontino em Porto Alegre. Com a manutenção do esquema com três zagueiros, a aposta será novamente liberar os alas para que se juntem aos atacantes. E, na avaliação dos ex-jogadores que conquistaram o acesso e o título na Série B de 2005, será preciso individualidade e força na bola aérea para furar a defesa bem postada do Novorizontino.
— Quando é um jogo assim, em que o time precisa propor bastante, que você vai ter espaço curto, o um contra um se torna mais importante. O Grêmio tem jogadores leves, bons dribladores, e o Diego Souza que faz gol. Mas a bola precisa chegar lá — afirma Patrício.
Lipatín complementa:
— Lembro que as bolas paradas nos ajudaram muito, fizemos gols decisivos assim. Nossa equipe tinha características diferentes dessas, mas a bola parada é uma boa arma. E é preciso vencer, porque a vitória gera confiança, mesmo se por 1 a 0, com gol no fim. Não importante. O que vale são os três pontos. Jogo bonito é jogo que se ganha.
Novorizontino sofre nas bolas paradas
A campanha no Novorizontino na Série B é parecida com a do Grêmio, tanto que as duas equipes têm a mesma pontuação. A diferença está no saldo de gols, com vantagem para a equipe gaúcha, que tem saldo três, enquanto os paulistas têm saldo zero. A maior disparidade está nos gols sofridos, já que o Tricolor levou apenas quatro, e o rival sofreu nove.
Para o jornalista Felipe Modesto, editor de Esportes da TV Tem, que acompanha o Novorizontino, o principal ponto fraco da equipe está na defesa. Em especial, quando os adversários apostam nas bolas paradas.
— O time tomou, nas seis primeiras rodadas, seis gols de bolas paradas, seja em cobrança de escanteio ou cruzamento na área. Sofreu gol em cobrança direta de falta e de pênalti também — destaca Modesto.
Na rodada passada, o Novorizontino foi a campo apenas no sábado e empatou em 0 a 0 com o Sampaio Corrêa. Por conta disso, teve um tempo curto de descanso e preparação para enfrentar o Grêmio nesta terça-feira à noite. E, assim como no time gaúcho, o momento é de instabilidade da equipe paulista.
— O time tem vivido uma gangorra no campeonato. Teve um bom momento, com três vitórias seguidas, mas agora está há três jogos sem vencer. O técnico tem reclamando muito da passividade e da falta de criatividade da equipe, mas o Grêmio precisa cuidar com os ataques rápidos do Novorizontino — adverte o jornalista.
Para esta noite, o time terá dois desfalques importantes e uma dúvida. O lateral-direito Felipe Albuquerque, que está emprestado pelo Grêmio, não poderá atuar. Além dele, o atacante Douglas Baggio, artilheiro do time na competição, com dois gols, está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. A dúvida fica por conta de Ronald, que sentiu dores musculares.