O Grêmio entrou no G-4 da Série B, mas a atuação na vitória sobre o Sampaio Corrêa ainda deixou a torcida receosa. O jogo foi o quinto seguido que Roger Machado montou o time com três zagueiros e ainda não teve a defesa vazada. Por outro lado, o ataque tem sido dependente de Diego Souza, autor de três (sendo dois de pênalti) dos quatro gols do Tricolor com o novo esquema. Por conta disso, o treinador tem buscado alternativas para melhorar o funcionamento ofensivo do seu time. GZH mostra algumas tentativas feitas por Roger no sábado.
A escalação do Grêmio teve uma novidade além das necessárias por problemas médicos e a suspensão de Kannemann. Diogo Barbosa ganhou a vaga de Nicolas na esquerda por uma ideia de Roger de que o camisa 6 tem características mais apropriadas para atuar como um lateral apoiador no sistema com três zagueiros atrás.
— (Diogo Barbosa) É um jogador que, para esse sistema, talvez tenha mais característica que o Nicolas, porque é mais leve, que produz mais em jogo combinado ou de vitória pessoal no terço final. Naturalmente teremos mais jogadas de linha de fundo e cruzamento pela estrutura do sistema — declarou Roger após o empate com o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, em 2 de junho.
Apesar dessa declaração, Roger seguiu como Nicolas como titular contra Novorizontino e Sport e apostou em Diogo Barbosa no sábado, quando, por conta da lesão de Edílson, precisou escalar o volante Jhonata Varela no lado direito.
O mapa de calor da partida mostra como Diogo Barbosa teve uma maior presença no ataque que Varela. Foi também pelo lado esquerdo que o Grêmio concentrou a maior parte das suas ações.
Apesar da liberdade e de ter participado do primeiro gol ao bater a falta que Diego Souza aproveitou o rebote, Diogo Barbosa não teve tanta efetividade com bola rolando. Os números do lateral mostram isso. Ele teve apenas dois cruzamentos certos no jogo (de cinco tentativas) e não chegou a finalizar. Defensivamente, porém, o camisa 6 até teve dois desarmes, fez dois cortes e venceu quatro dos seis duelos que disputou. Os dados são do site Sofascore.
Biel e Janderson na busca pela profundidade
Não apenas contra o Sampaio Corrêa, mas desde a implementação do sistema com três zagueiros, Roger tem orientado seus extremas - Janderson e Biel foram os titulares no sábado - a atuar mais pela faixa central do campo enquanto os alas ocupam os lados no momento que o time está em organização ofensiva. O treinador explicou que sua ideia era atacar as costas dos defensores do Sampaio Corrêa com Biel e Janderson, mas que faltou uma maior verticalidade nos passes, o que, segundo ele, é um problema que tem na raiz a falta de confiança de alguns jogadores em arriscar passes mais difíceis diante da pressão da torcida.
— O fato de não sermos verticais foi pela ansiedade ou receio criado dentro de casa de arriscar mais passes em profundidade. Com o Sampaio Corrêa em bloco médio oferecendo a profundidade, muitas vezes não demos esse passe em profundidade optando em passar para o lado. Nos faltou verticalidade, o que eu propus com Janderson e Biel por dentro para atacar a profundidade de dentro para fora com os laterais abertos para criar os espaços internos — analisou.
Mudança de esquema com a lesão de Natã
Já sem Rodrigues e Kannemann, Roger Machado perdeu no segundo tempo o jovem Natã, que vinha atuando como o zagueiro do lado direito. O treinador então optou colocar o volante Thiago Santos desfazendo o sistema com três zagueiros. O Grêmio terminou a partida no 4-2-3-1, com Thiago Santos formando uma dupla de volantes com Lucas Silva enquanto Bitello funcionou como o meia central. Substitutos de Janderson e Biel, Campaz e Elias encerraram a partida como os extremas, atuando mais abertos que os titulares enquanto o time tinha três zagueiros. Nicolas entrou por Diego Barbosa para ser o lateral-esquerdo na linha de quatro defensores.