Adversários neste domingo (8), Grêmio e Cruzeiro vivem momentos que destoam de suas tradições. Enquanto o Tricolor amarga sua terceira passagem pela Série B, os mineiros encaram o terceiro ano consecutivo longe da elite nacional.
Ao mesmo tempo, o confronto que será válido pela sexta rodada entrará para a história. Nunca antes a segunda divisão reuniu em uma mesma partida dois clubes com tantos títulos de expressão. Ao todo, estarão representados no gramado da Arena Independência: um Mundial de Clubes, cinco Libertadores, seis Brasileirões e 11 Copas do Brasil.
— É difícil fazer projeção em um jogo como este. Talvez seja um dos maiores clássicos da Série B, se não for o maior, se a gente considerar os títulos envolvidos. O Cruzeiro é o maior campeão da Copa do Brasil, o Grêmio é o segundo. Temos vários embates históricos entre eles. Então, vai ser um jogo extremamente difícil — afirma o presidente do clube mineiro, Sérgio Santos Rodrigues.
Criada em 1971, mas disputada com maior periodicidade a partir da década de 1980, a competição teve dois campeões brasileiros pela primeira vez somente em 1990, quando Sport e Guarani empataram por 0 a 0 na Ilha do Retiro.
No entanto, há um asterisco neste fato histórico, já que os pernambucanos foram considerados pela CBF como os oficiais campeões da Copa União de 1987, depois de Flamengo e Inter negarem-se a disputar um quadrangular final que reunia os dois melhores colocados da primeira e segunda divisões — Módulos Verde e Amarelo, respectivamente.
Um ano depois, outros dois campeões se cruzariam pela semifinal. O Guarani, campeão nacional em 1978, eliminaria nos pênaltis o Coritiba, vencedor da edição de 1985.
Curiosamente, o próprio Grêmio enfrentaria estes mesmos rivais em suas passagens anteriores pela Série B. Em 1992, venceu dois confrontos contra o Coritiba, por 2 a 1 no Paraná, e 3 a 0 no Olímpico. Em 2004, empatou por 1 a 1 com o Guarani, em Campinas.
Em 2003, contudo, dois clubes multicampeões já haviam elevado a Série B a um novo patamar, com Palmeiras e Botafogo decidindo o título. Naquele momento, os paulistas já ostentavam uma Taça Brasil (1960), dois Robertões (1967 e 1969), quatro Campeonatos Brasileiros (1972, 1973, 1993 e 1994), uma Copa do Brasil (1998) e uma Libertadores (1999). Os cariocas, por sua vez, tinham uma Taça Brasil (1968) e um Brasileirão (1995).
Por fim, a edição de 2021 traria o primeiro choque entre campeões da América. Após sua quarta queda, o Vasco, dono da Libertadores de 1998, enfrentaria o mesmo Cruzeiro, que havia conquistado o torneio sul-americano em 1976 e 1997. Até então, este era o confronto que reunia os maiores títulos da Série B. Este embate será superado a partir do momento em que a bola rolar na Arena Independência para cruzeirenses e gremistas.
— Se a gente pegar o recorte recente, Grêmio e Cruzeiro eram, na segunda metade da década passada, os grandes campeões nacionais. Tudo isso as duas camisas carregam para dentro de campo. É um jogo que está deslocado de lugar. Não é um jogo de Série B, mas de Série A que, por circunstâncias e equívocos das gestões, vai acontecer na segunda divisão — avalia Leonardo Oliveira, colunista de GZH e comentarista da Rádio Gaúcha.
Confira os títulos dos dois clubes
Grêmio
- 1 Mundial (1983)
- 3 Libertadores (1983, 1995 e 2017)
- 2 Recopas Sul-Americanas (1996 e 2018)
- 2 Brasileirões (1981 e 1996)
- 5 Copas do Brasil (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
- 1 Copa Sul (1999)
- 1 Série B (2005)
- 41 Campeonatos Gaúchos
Cruzeiro
- 2 Libertadores (1976 e 1997)
- 2 Supercopa Libertadores (1991 e 1992)
- 1 Recopa Sul-Americana (1998)
- 3 Brasileirões (2003, 2013 e 2014)
- 1 Taça Brasil (1966)
- 6 Copas do Brasil (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
- 2 Copa Sul-Minas (2001 e 2002)
- 38 Campeonatos Mineiros