A partida do Grêmio nesta quarta-feira (27), em Ponta Grossa, contra o Operário-PR será apenas o terceiro confronto entre as equipes na história. E o Tricolor tentará manter os 100% de aproveitamento no duelo.
O clube paranaense completará 110 anos no próximo dia 1º de maio, mas não tem grande tradição no futebol nacional. Tanto que só disputou a Primeira Divisão do Brasileirão em uma oportunidade, em 1979. Foi o 88º colocado entre 94 participantes. Dessa forma, os enfrentamentos contra os maiores clubes brasileiros são raros.
As partidas diante do Grêmio foram disputadas em 1962, válidas pelo Torneio Sul-Brasileiro, competição organizada pelas federações de futebol do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A competição reuniu campeões e vices estaduais. A exceção foi o Comercial-PR, que não pode participar e acabou sendo substituído pelo Coritiba. O formato da competição era simples: jogos de ida e volta e a equipe com maior número de pontos levaria o título.
O Grêmio foi a Ponta Grossa logo depois de estrear com uma vitória de 3 a 0 sobre o Metropol, de Criciúma. No interior paranaense, em 4 de fevereiro, em um jogo sem muito brilho técnico, o Grêmio derrotou o time da casa por 1 a 0, gol marcado pelo ponteiro-esquerdo Vieira, que concluiu após passe do centroavante Juarez, aos 36 minutos do segundo tempo.
As manchetes dos jornais da época ressaltaram a dificuldade da partida. "Grêmio passou raspando em Ponta Grossa (1 x 0): defende liderança hoje em Curitiba", dizia edição do Diário de Notícias de 6 de fevereiro, já projetando a partida contra o Coritiba, na capital paranaense. O Diário de Notícias de Ponta Grossa estampou: "Grêmio venceu Operário: goal marcado ao apagar das luzes".
O Jornal do Dia destacou: "Tento isolado de Vieira deu a vitória ao Grêmio". No texto, o periódico tratou da qualidade da partida, que foi baixa. "O match não chegou a agradar, pois transcorreu de certa maneira monótona, uma vez que foi flagrante a superioridade das defensivas sobre a composição das vanguardas adversárias e, com isso, o prélio careceu de mais movimentação e, principalmente de lances de emoções".
O Grêmio, dirigido por Ênio Rodrigues, atuou com Irno; Aírton e Mourão; Sérgio, Gilnei e Ortunho; Adroaldo, Joãozinho, Juarez, Mílton Kuelle e Vieira. Já o Operário foi a campo com Arlindo; Ribamar e Laércio; Pacheco, Hélio Silvestre e Candinho; Leocádio (Roberto), Otavinho e Fiúza.
Com cinco vitórias e um empate no torneio, o Grêmio recebeu o Operário-PR no dia 23 de fevereiro de 1962, no Estádio Olímpico, e não encontrou dificuldades para manter a invencibilidade. Com quatro gols marcados no primeiro tempo, por Élton, Marino, Ribamar (contra) e Adroaldo, o Tricolor fez 4 a 1. Leocádio, aos 45 do segundo, descontou.
"Operário não resistiu ao poderio do Grêmio e foi goleado no Olímpico: 4 x 1" foi a manchete do Jornal do Dia. "Quatro a um foi o resultado normal do encontro de ontem no Olímpico. Em sua segunda exibição em gramados portoalegrenses, o Operário-Ferroviário não conseguiu resistir ao poderio do vice-campeão gaúcho e foi presa fácil para os pupilos de Ênio Rodrigues que se mantiveram na liderança absoluta e invicta do Torneio da Legalidade, ao vencer pelo placar cômodo e expressivo" descreveu o jornal.
O Diário da Tarde, de Curitiba, ressaltou a péssima campanha dos times locais no Sul-Brasileiro: "Futebol paranaense cada vez mais humilhado. Goleado o Operário no Olímpico ante o Grêmio". Para marcar 4 a 1, Ênio Rodrigues escalou: Irno; Aírton e Mourão; Sérgio, Élton e Brandão; Adroaldo, Marino (Abílio), Juarez, Mílton Kuelle e Vieira.
Invicto, com sete vitórias em dez jogos, o Grêmio terminou a competição com 17 pontos, seis a mais que Inter e Marcílio Dias e levou o título da única edição do Torneio Sul-Brasileiro. O Operário ficou na quinta colocação, atrás do Coritiba e à frente do Metropol. A conquista valeu aos gremistas quatro taças, já que cada uma das federações estaduais ofertou uma para o time campeão, assim como o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.