Quem assistiu a alguma entrevista coletiva dos técnicos da Seleção Brasileira nos últimos anos, certamente já ouviu a frase "Paraná te abraça" na introdução a uma pergunta de um repórter. Para quem não sabe, trata-se de um bordão de Osires Nadal, experiente radialista que, além de ser reconhecido pela cobertura da equipe nacional, acompanhou por muito tempo o Operário-PR, próximo adversário do Grêmio na Série B.
Atualmente morando em Curitiba, iniciou a carreira em Ponta Grossa, sua cidade natal, e em 1962 trabalhou na cobertura da única passagem do Tricolor pelo município do interior paranaense.
— O povo gaúcho guarda muito a tradição, então eu levantei nas minhas agendas do passado a escalação do Grêmio, que jogou com Irno, Sérgio e Airton, Brandão, Mourão e Elton, Milton, Marino, Joãozinho, Juarez e Vieira. Melhor que isso só o Grêmio dos anos 1990, mas este era um timaço. E o Operário-PR tinha o goleiro Arlindo, que foi tão bem que veio a ser contratado pelo Grêmio —recordou, em entrevista ao programa "Show dos Esportes", da Rádio Gaúcha.
Na ocasião, com apenas 17 anos de idade, Nadal presenciou os confrontos entre os dois times pelo Campeonato Sul-Brasileiro - também chamado de Taça da Legalidade -, torneio que reuniu representantes dos três Estados da Região Sul do país. No Estádio Germano Krüger, vitória gremista por 1 a 0, com gol do ponta-esquerda Vieira. No Olímpico, em Porto Alegre, goleada gaúcha por 4 a 1.
— Eu era menino, jovenzinho, mas era metido. Tive o prazer de conhecer o Monumental e os Eucaliptos, do Inter. Nós jogamos duas partidas contra a dupla Gre-Nal, e ainda tinha o Marcílio Dias, o Metropol, o Coritiba e o Operário-PR. Entraram os melhores classificados dos Estaduais. Naquela oportunidade, o Grêmio era dirigido pelo Ênio Rodrigues e, por coincidência, foi campeão surrando o Internacional, de virada —descreveu .
Sessenta anos depois, o Grêmio retorna a Ponta Grossa para encarar o Operário-PR. Desta vez, porém, o duelo é válido pela quarta rodada da Série B. Apesar do tempo de espera e de ser por uma competição completamente diferente, a esperança dos gremistas é que a vitória volte a abraçar o Tricolor no Paraná.
— O time atual do Operário-PR tem como técnico o Claudinei Oliveira, que já rodou o mundo e ganhou pouco. De qualquer forma, entrou no lugar do Ricardo Catalá, que prometeu mundos e fundos e não conseguiu. O clube tem uma administração muito boa, tem feito uma campanha de sócios e o Grêmio é uma referência, é muito bem quisto aqui. Embora o Grêmio tenha mudanças e a ausência do Ferreira, que era esperado por aqui, deve ter dificuldade. O Operário-PR tem um meio-campo bom, forte, mas não vai ter sua principal figura que é o Marcelo, que veio do Volta Redonda há três ou quatro anos. É um belo jogador e o time deu uma caída sem ele. O ataque que é bem fraco. Sem puxar o saco de ninguém, acho que o Grêmio é favorito. Vai ter que ralar, mas deve ser o vencedor —sentenciou.