Sentado em uma poltrona num dos camarotes da Arena, o técnico Vagner Mancini observou a vitória do Grêmio sobre o Caxias na estreia no Gauchão, na quarta-feira (26). No campo, a gurizada do time de transição mostrava serviço para ganhar uma oportunidade no time principal. Somando acertos e erros, o saldo do 2 a 1 foi positivo.
Entre os principais nomes no primeiro jogo do ano na temporada estiveram os atacantes Elias e Rildo, além do meio-campista Bittelo. Abaixo, você confere uma análise do desempenho de cada um deles.
Elias
Foi o nome do jogo. Escalado como atacante mais adiantado, marcou dois gols e sofreu um pênalti. Do trio, é o nome mais conhecido do torcedor do Grêmio. Subiu aos profissionais na temporada passada. Em nove partidas, marcou dois gols, ambos pela Sul-Americana.
Foi uma aposta de Mancini na reta final do Brasileirão. O treinador, entretanto, optou por escalá-lo pelo lado direito. Com a bola, sua função era jogar em cima do zagueiro adversário. Sem ela, tinha de recompor, fechando o lado direito do campo. As tarefas exigiram muito fisicamente dele. Após não ter conseguido voltar com a velocidade necessária em um dos gols da derrota por 3 a 1 para o América-MG, não foi mais utilizado pelo treinador.
Contra o Caxias, jogando centralizado, incomodou a zaga adversária do começo ao fim da partida.
— Um centroavante precisa fazer gols, e ele os fez. "Ah, mas um foi de pênalti". Sim, mas foi ele quem sofreu o pênalti porque estava na área para fazer o aproveitamento necessário que um centroavante precisa ter. Centroavante é isso, tem três ou quatro lances na partida e decide. Elias teve três lances e fez dois gols. Ele se justificou. Se continuar assim, vira titular do Grêmio em breve — acredita Pedro Ernesto Denardin, narrador da Gaúcha na partida.
Rildo
O atacante de lado ganhou suas primeiras chances nos profissionais em 2020. No ano passado, disputou a Série B pelo Brasil-Pel. Agora, tenta cavar seu espaço no elenco principal do Grêmio.
Não bastasse o suador natural proveniente do calor de Porto Alegre, Marcelo, lateral-direito do Caxias, transpirou em dobro para tentar marcar Rildo. Com a camisa 7, ele mostrou força, velocidade e iniciativa na construção das jogadas de ataque. Foi dele o passe que resultou no gol de Elias, ainda no primeiro tempo.
— A jogada do gol diz tudo. É um jogador com força e iniciativa pessoal. É tudo que se exige de um atacante de lado. Cumpriu a parte defensiva também. O Rildo foi um dos melhores do Grêmio no jogo — opina Diogo Olivier, comentarista do jogo na Rádio Gaúcha.
Bitello
A linha de produção de volantes do Grêmio não cessa. Depois de Walace, Jailson, Arthur e Matheus Henrique, novos nomes na posição estão surgindo. Entre eles está o de Bitello.
Com 22 anos completados no começo de 2022, ele começa a mostrar potencial para atingir um novo patamar na carreira.
Diante da equipe da Serra, a bola passou pelos seus pés 41 vezes. Foram 37 passes certos e somente quatro errados.
— Foi uma grande surpresa. É um volante padrão Matheus Henrique, Arthur, que sai para o jogo. Fez isso muito bem porque o Pedro Lucas tocou poucas vezes da bola. O Bitello ocupou esse espaço de volante-armador — avalia Olivier.
