A queda do Grêmio para a Série B tem dezenas de explicações. Mas, certamente, uma delas está relacionada às escolhas erradas na hora de ir ao mercado em busca de reforços. Desde 2018, ano seguinte ao tri da Libertadores, a direção do clube contratou 37 jogadores para a equipe principal. Poucos, no entanto, deram uma resposta positiva.
Do total, 15 permanecem na equipe (40%), mas somente nove têm jogado com frequência — seis deles chegaram ao clube nesta temporada. Paulo Miranda, Victor Ferraz, Éverton Cardoso e Luiz Fernando não ficarão para a temporada de 2022. Diogo Barbosa e Diego Churín têm situação indefinida no clube. Já Lucas Silva, Diego Souza, Alisson, Douglas Costa, Rafinha, Thiago Santos, Borja, Villasanti e Campaz tiveram chances na reta final da temporada.
Voltando ao resgate histórico. Em 2018, foram trazidos nomes como André e Marinho para darem mais força ao ataque tricolor. Além deles, chegaram Paulo Miranda, Juninho Capixaba, Madson, Thaciano, Maicosuel, Hernane, Alisson e Thonny Anderson, estes dois últimos na troca envolvendo a ida de Edilson para o Cruzeiro. Destes nove, apenas Paulo Miranda e Alisson seguem no clube, mas sem grande destaque.
No ano seguinte, novamente o Grêmio buscou nomes de peso, especialmente para o setor ofensivo. Chegaram Diego Tardelli, Felipe Vizeu e o argentino Walter Montoya, além do goleiro Julio César, do lateral Rafael Galhardo, do zagueiro David Braz, do volante Rômulo e do atacante Luciano. Nenhum deles teve bom desempenho e todos já deixaram o clube.
O rendimento abaixo do esperado em 2019 fez com que a cúpula tricolor contratasse mais jogadores em 2020. Só na temporada passada, chegaram 13 atletas: Vanderlei, Victor Ferraz, Orejuela, Caio Henrique, Diogo Barbosa, Lucas Silva, Thiago Neves, Robinho, Everton Cardoso, Luiz Fernando, Diego Souza, Diego Churín e Pinares. Alguns saíram pela porta dos fundos, como Thiago Neves e Robinho, outros tiveram pouco tempo no time, como Caio Henrique e Orejuela, e no fim das contas apenas sete seguiram na equipe em 2021. Desses, apenas Lucas Silva se tornou titular absoluta nessa reta final de Brasileirão.
Para tentar evitar a chegada numerosa de jogadores sem o devido retorno dentro de campo, a ideia gremista para este ano era buscar apenas reforços pontuais, que viriam para serem titulares indiscutíveis. Assim, os nomes buscados no início da temporada foram Douglas Costa, Rafinha e Thiago Santos — em tese, todos com currículo e capacidade para se adonarem das posições.
Mas o rendimento em campo, mais uma vez, ficou longe do esperado. Com os maus resultados, o clube precisou buscar em meio à temporada mais três reforços: o centroavante Miguel Borja, o volante Mathias Villasanti e o meia-atacante Jaminton Campaz, todos com cartaz de seleção. Mas, atrapalhados por convocações, falta de adaptação e pelo momento conturbado da equipe, não conseguiram ajudar o time a evitar o terceiro rebaixamento da história gremista para a Segunda Divisão.
Portanto, o Grêmio poderá servir de exemplo para outros clubes que não desejam cometer o mesmo erro e cair para a Série B. É preciso vasculhar bem o mercado e contratar certo. A cada reforço que não encaixa, é mais dinheiro que se gasta e mais um passo que se dá rumo ao triste caminho do descenso.
As contratações nos últimos quatro anos:
2018
- Madson
- Paulo Miranda
- Juninho Capixaba
- Alisson
- André
- Hernane
- Maicosuel
- Marinho
- Thaciano
- Thonny Anderson
2019
- Julio César
- Rafael Galhardo
- David Braz
- Rômulo
- Montoya
- Felipe Vizeu
- Diego Tardelli
- Luciano
2020
- Vanderlei
- Victor Ferraz
- Orejuela
- Caio Henrique
- Diogo Barbosa
- Lucas Silva
- Thiago Neves
- Robinho
- Everton Cardoso
- Luiz Fernando
- Diego Souza
- Diego Churín
- Pinares
2021
- Douglas Costa
- Rafinha
- Thiago Santos
- Borja
- Villasanti
- Campaz