A goleada de 3 a 0 sobre o Bragantino reviveu as esperanças de salvação do Grêmio no Brasileirão. Ainda que tenha sido contra um adversário que entrou em campo descaracterizado, com um time completamente reserva, a atuação foi umas das mais consistentes do Tricolor durante o campeonato.
O desafio de Vagner Mancini a partir de agora é fazer com que sua equipe mantenha o mesmo nível de desempenho para a sequência final de jogos — já que o clube precisa vencer, pelo menos, quatro das últimas seis partidas para garantir sua permanência da Série A.
Como vem acontecendo rodada a rodada, Mancini mexeu bastante na escalação do Grêmio na terça-feira. Foram cinco trocas em relação ao time que havia iniciado na derrota para o América-MG. Uma delas foi a volta natural de Kannemann à zaga. O lateral Rafinha e o volante Thiago Santos também retomaram seus lugares entre os 11 titulares. As novidades estiveram mesmo no setor ofensivo: Jhonata Robert foi titular pela primeira vez, e Campaz foi a outra opção, iniciando apenas sua quarta partida desde que chegou à Arena.
Como nenhum dos jogadores pendurados levou cartão e nem houve lesionados, o treinador tem a possibilidade de repetir o time para enfrentar a Chapecoense, sábado, na Arena Condá. Porém, o próprio Mancini reconheceu, depois da vitória, a possibilidade de fazer mudanças na equipe.
— Sinceramente, não sei dizer qual é o time titular do Grêmio, mas sei dizer que temos 18 ou 19 jogadores com condições de entrar já sabendo da estratégia tática da partida, daquilo que eu quero que o time tenha. Tem alguns gatilhos dentro de campo que eu exijo que minha equipe tenha e que vimos hoje (contra o Bragantino). É esse tipo de coisa que valoriza a vitória e cada atleta que está entendendo o sistema de jogo. Fortalecer o grupo é importante — respondeu, ao ser questionado sobre a manutenção da equipe.
A possibilidade de mudanças se abre pelas voltas de Gabriel Chapecó, Mathias Villasanti e Miguel Borja, que estavam com suas seleções na data Fifa. ZH ouviu comunicadores do Grupo RBS sobre o que Mancini deve fazer: mexer na equipe ou repetir o que funcionou contra o Bragantino?
Para o colunista de GZH Filipe Gamba, não é o momento do Grêmio abrir mão de qualidade. Ele acredita que as entradas de Borja e Villasanti elevariam o nível do time para buscar a vitória em Chapecó.
— A vitória por 3 a 0 sobre o Bragantino precisa levar em consideração alguns aspectos que não podem iludir o torcedor: a fragilidade do adversário e a escalação emergencial diante das ausências na equipe. Além disso, por mais que Mancini não possua um time que possa ser considerado ideal, a fragilidade técnica do elenco não recomenda que jogadores como Borja e Villasanti não sejam escalados nesse momento — avalia.
Gustavo Manhago, narrador da Rádio Gaúcha, elogia as escolhas por Jhonata Robert e Campaz. Ele acredita que, independente de mudanças, o sistema com os dois garotos não deve ser mexido.
— O esquema deve ser mantido, mas eu mexeria em peças. Tiraria Thiago Santos e colocaria Villasanti, recuando Lucas Silva para a primeira função do meio-campo. Borja entra naturalmente na vaga de Diego Souza. E no gol, sem mexida: Brenno segue. Eu já não o tiraria antes quando houve a mudança. Sigo achando ele mais confiável do que Chapecó — sustenta.
Dentro dessa ideia, o apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha Rafael Colling ressalta o dinamismo ganho pelo Grêmio com Jhonata Robert e Campaz. Mas ele também é favorável aos retornos de Villasanti e Borja.
— Penso que Mancini está encontrando as peças ideais para o momento. O mais importante é manter Campaz e Jhonata Robert, ambos deram mais dinamismo e imprevisibilidade na ligação do meio de campo com o ataque. Mas, para aumentar a chance de evolução da equipe, Borja tem que ser o centroavante e Villasanti entrar no meio. O colombiano dá mais movimentação e o paraguaio é melhor que Thiago Santos. Sobre os goleiros, acho os dois com mesmo nível. Portanto, agora daria sequência para o Brenno, pelo simples motivo de já estar jogando — argumenta.
Diante da Chapecoense, o Grêmio tem a missão de conquistar duas vitórias seguidas pela primeira vez depois de mais de dois meses. A última vez que acumulou resultados positivos foi na abertura do segundo turno, quando bateu Ceará e Flamengo, no começo de setembro.