A vitória sobre o Fluminense, que quebrou a sequência de derrotas do Grêmio no Campeonato Brasileiro, veio com o time repleto de novidades. Além da alteração de sistema tático, do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, a equipe que iniciou contra os cariocas teve oito jogadores diferentes em relação ao Gre-Nal. O técnico Vagner Mancini tem agora a missão de definir quais desses novos titulares seguirão na equipe para o confronto com o América-MG, no sábado, em Belo Horizonte.
Vale lembrar que goleiro Gabriel Chapecó, o volante Mathias Villasanti e o centroavante Miguel Borja, que estão com suas seleções, seguirão fora contra o Coelho, o que garante as permanências de Brenno e Diego Souza. A ausência de Villasanti abriu espaço para a entrada de Campaz com a mudança de esquema, mas o colombiano não tem sua permanência na equipe assegurada.
Para o reencontro com seu ex-clube, Mancini voltará a contar com o volante Thiago Santos e lateral esquerdo Cortez, que estavam suspensos contra o Fluminense. Douglas Costa e Ferreira também estão à disposição após terem iniciado no banco na terça-feira por preservação. Outra mudança no time se deu por questão técnica, a entrada de Vanderson no lugar de Rafinha.
Essas trocas — por opção ou necessidade — rejuvenesceram o time tricolor, que teve uma média de idade de 26,7 anos contra 29,9 no Gre-Nal. Foi a primeira vez desde a chegada de Mancini que o Grêmio entrou em campo com uma escalação com média de idade inferior a 29 anos. É verdade que Diego Souza, de 36 anos, foi um dos novos titulares, mas entraram também Elias (19), Campaz (21), Mateus Sarará (19) e Vanderson (20). Ainda que tenha elogiado a intensidade do time, Vagner Mancini fez ponderações sobre o uso de jovens para a sequência do Brasileirão.
— Sempre que optamos por uma equipe mais jovem, a tendência é ter um time mais intenso, mas ao longo da partida pode perder algo em experiência, em abalo emocional caso as coisas não corram como se esperava. Quando há essas trocas, há um encaixa que pode trazer ganhos positivos ou não — disse sobre as mudanças.
Ex-jogador do Grêmio e atualmente comentarista do Sportv, Grafite elogia as soluções encontradas por Mancini contra o Fluminense. Ele, no entanto, alerta que o treinador agora precisa saber preparar o time mais na conversa em razão do pouco tempo para atividades no campo.
— Nesse momento, na zona de rebaixamento, o treinador vai mudando em busca de algo novo. O Mancini fez isso. Tem o cansaço físico e o psicológico por tudo que o Grêmio está passando. Jogou quarta-feira, sábado e aí terça-feira de novo. Você não tem tempo para treinar, agora é na base da conversa, da disposição. Acho interessante ele mesclar jogadores novos e mais velhos. Acredito que contra o América ele entrará com os mais experientes. Fisicamente o time ganha com os jovens, mas perde por outro lado. É importante a mescla até para os meninos terem suporte — observa.
O jornalista Paulo César Vasconcellos, que comentou a vitória do Grêmio sobre o Fluminense no Premiere, ressalta que, independente das escolhas de nomes, Vagner Mancini deve repetir a ideia de um time ofensivo sem voltar a escalar três volantes, como no Gre-Nal.
— O Mancini precisa entender que não adianta o Grêmio entrar em campo com uma formação que sinaliza ao adversário que o Grêmio não vai ser o um time afirmativo. Em jogos que ele começou com Lucas Silva, Thiago Santos e Villasanti sinalizou uma ideia defensiva ao adversário. O Grêmio precisava vencer o Fluminense e também precisa vencer o América-MG — avalia.
Dentro das contas da direção e da comissão técnica do Grêmio, o clube precisa chegar aos 44 pontos para evitar o rebaixamento. Com ainda oito jogos para disputar, o clube precisará vencer cinco deles para atingir essa pontuação. Ou seja, mesmo fora de casa, o Tricolor precisará ir em busca dos três pontos diante do América-MG, seja com permanência dos jovens ou com a volta de antigos titulares.
Quem deve jogar contra o América-MG
Jader Rocha, narrador do Sportv
- Quem manteria: Vanderson, Mateus Sarará, Campaz, Elias
- Quem voltaria: Douglas Costa, Cortez
"Se pegar o recorte dos últimos três jogos, contra o Fluminense o Grêmio teve uma intensidade maior, mas penso que contra o Atlético-MG teve mais a cara do que o Mancini pensa. Terça-feira, o time teve intensidade, velocidade e volume, mas em alguns momentos gerou a preocupação para a torcida caindo de desempenho, dando espaços e permitindo chances ao Fluminense. Ele (Mancini) precisa encontrar essa mecânica de jogo, independente de usar mais jovens ou experientes".
O time contra o América-MG: Brenno; Vanderson, Geromel, Kannemann, Cortez; Mateus Sarará, Lucas Silva; Douglas Costa, Campaz e Elias; Diego Souza.
Marcelo De Bona, narrador da Rádio Gaúcha
- Quem manteria: Vanderson, Mateus Sarará, Campaz e Elias
- Quem voltaria: Douglas Costa, Cortez (talvez)
"O Campaz foi abaixo do que pode se esperar, mas o Grêmio teve bom funcionamento no meio-campo, teve volume, também porque os dois volantes foram bem. Manteria os dois volantes, o Campaz e colocaria o Douglas Costa na vaga do Alisson. Ficaria com dúvida apenas entre o Diogo Barbosa e o Cortez".
O time contra o América-MG: Brenno; Vanderson, Geromel, Kannemann, Cortez (Diogo Barbosa); Mateus Sarará, Lucas Silva; Douglas Costa, Campaz, Elias; Diego Souza.
Paulo César Vasconcellos, comentarista do Sportv
- Quem manteria: Vanderson, Mateus Sarará, Campaz, Elias
- Quem voltaria: Douglas Costa
"A vitória foi muito importante para o Grêmio. Eu acredito que tem condições de se salvar. Mas os dois jogadores que mais se destacaram na partida foram substituídos, o Campaz e o Elias. A vitória não pode esconder o erro que foi substituí-los. Penso que o Grêmio não pode abrir mão do Douglas Costa, ele voltaria no lugar do Alisson. Na lateral, não voltaria com o Cortez, mas o Diego Barbosa também não correspondeu. Daria uma chance para o garoto Guilherme Guedes”.
O time: Brenno; Vanderson, Geromel, Kannemann, Guilherme Guedes; Mateus Sarará, Lucas Silva; Douglas Costa, Campaz, Elias; Diego Souza.