A direção e a comissão técnica do Grêmio transmitem nos bastidores muita confiança de que, ao final da temporada, o Tricolor escapará do rebaixamento. A boa atuação no primeiro tempo dos últimos jogos, as ideias do técnico Vagner Mancini, o bom ambiente no grupo, o trabalho de recuperação emocional do elenco e algumas peculiaridades da tabela aumentam o otimismo do clube.
Os dirigentes trabalham internamente com o número mágico de 44 pontos. Logo, a crença é de que, para escapar da Série B, a equipe precisa somar mais 18 pontos em 11 jogos. Para isso, teria que vencer os cinco jogos que ainda restam em casa e ainda empatar mais três partidas entre as seis que o time terá pela frente fora de casa.
GZH detalha agora os cinco principais motivos do Tricolor para crer na permanência na Série A:
1) Atuação da equipe no primeiro tempo dos jogos
A avaliação no Grêmio é de que o time vem iniciando bem as partidas. Conforme entendimento da direção e da comissão técnica, se a equipe de Vagner Mancini repetir o desempenho do primeiro tempo dos jogos contra Atlético-GO e Palmeiras, não irá cair. Logo, a convicção é de que o grupo tem qualidade para somar os pontos necessários.
Por isso, a prioridade a partir de agora será aumentar a intensidade para que o time mantenha o rendimento o jogo inteiro.
2) Ideias de Mancini
O planejamento do Grêmio é adotar um estilo de jogo mais intenso e vertical. Logo que assumiu o cargo, Mancini ainda aproveitou a base e a estrutura defensiva de Luiz Felipe Scolari. Porém, o time ainda está mais adaptado a um modelo de manutenção da posse de bola, herança de cinco anos sob o comando de Renato Portaluppi.
A partir do jogo contra o Atlético-MG, nesta quarta, a ideia é que o Tricolor tenha mais "a cara de Mancini", com um time mais agressivo do que o de Felipão e mais objetivo do que o de Renato Portaluppi. Por isso, a palavra considerada chave hoje nos bastidores é a "intensidade".
3) O bom ambiente no grupo
Apesar do mau momento no Brasileirão, o ambiente tricolor é considerado bom. A avaliação da direção é de que o grupo "comprou" a ideia do técnico Vagner Mancini e terá a dedicação necessária para tirar o time desta situação. Além de os salários estarem em dia, não há, conforme constatação do clube, problemas de relacionamento no elenco. A avaliação é de que o ambiente tricolor não tem praticamente nenhuma característica semelhante à dos times grandes que recentemente caíram para Série B.
4) Tabela menos assustadora do que aparenta
Uma simples análise da tabela do Brasileirão é suficiente para assustar qualquer torcedor gremista. Apesar de ter dois jogos a menos do que a maioria dos adversários, o Grêmio tem pela frente duas vezes o líder Atlético-MG e ainda o vice-líder Flamengo, em jogo atrasado. Além disso, o Tricolor ainda enfrentará o Corinthians em Itaquera, provavelmente com o time paulista brigando por vaga na Libertadores.
Internamente, porém, a direção tricolor avalia que a tabela não é tão assustadora assim como aparenta. Além de a equipe gremista ter pela frente vários jogos considerados "ganháveis", contra Fluminense, São Paulo, Bahia e Chapecoense, os adversários mais difíceis estarão no caminho do time gremista ao final do ano, quando o campeonato provavelmente já estará definido.
O jogo atrasado contra o Flamengo, por exemplo, será na Arena e deve ser marcado para o dia 1° de dezembro, quatro dias após a final da Libertadores, que será disputada entre a equipe carioca e o Palmeiras, em Montevidéu. A expectativa tricolor é enfrentar um Rubro-Negro ou de ressaca pelo título continental ou abalado pela derrota na final, sem mais o que fazer na temporada.
Já o último jogo da competição será justamente contra o Galo, que muito provavelmente já terá garantido matematicamente o título e não dependerá da partida contra o Grêmio para atingir seus objetivos. Não que, neste cenário, o confronto vá ser fácil. Porém, a partida final pode não ser o "bicho-papão" que se avizinha hoje.
5) Recuperação emocional dos jogadores
Segundo entendimento dos dirigentes do Grêmio e de Mancini, o time vem caindo de rendimento no segundo tempo dos jogos sobretudo pelo abatimento emocional de alguns atletas. Por conta disso, a estratégia a partir de agora será escalar os jogadores que estão sentindo menos a pressão do momento delicado.
Além disso, a direção e a comissão técnica conduzem frequentes conversas com o elenco. Essas reuniões vêm sendo chamadas internamente de "terapias de grupo". A expectativa é de que essas medidas possam deixar o time emocionalmente mais forte nos próximos jogos.