Além da situação dramática vivida pelo Grêmio na tabela de classificação, ocupando o Z-4 do Brasileirão há quase cinco meses, o clube ainda terá de conviver com punições nos tribunais.
GZH apresenta um resumo do que pode ocorrer com o Tricolor pelos incidentes do último domingo (31), quando dezenas de torcedores invadiram o gramado da Arena, após a derrota para o Palmeiras, agredindo seguranças, depredando equipamentos e a cabine do VAR, além de invasão ao estacionamento do estádio posteriormente.
No dia seguinte às cenas de vandalismo, que ganharam repercussão até mesmo fora do país, o clube entrou na mira do Juizado Especial do Torcedor, do Ministério Público do RS, e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Relembre os fatos:
Liminar no STJD
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) denunciou o Grêmio em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 213, por não prevenir e reprimir invasão, desordens e lançamento de objeto, e no 211, por deixar de manter estádio com infraestrutura necessária para garantir a segurança da partida. Este último prevê até mesmo a interdição do estádio, enquanto o primeiro fala em perda de mandos de campo. Além disso, o Tricolor poderá levar multa, no valor R$ 100 a R$ 100 mil, em cada um dos artigos.
O julgamento ainda não tem data prevista, mas, diante da gravidade dos fatos ocorridos na Arena, o órgão entrou com uma liminar para que a equipe atuasse com portões fechados quando mandante, e sem torcida, em jogos como visitante.
Na tarde desta quarta-feira (3), o pedido foi acatado pelo presidente da entidade, Otávio Noronha. A liminar passa a valer a partir de quinta (4) e, assim, quem comprou ingressos poderá estar no Mineirão, na partida contra o Atlético-MG. No entanto, não será possível que a torcida gremista se faça presente no Beira-Rio, no clássico Gre-Nal agendado para sábado (6).
Para atenuar a punição, a diretoria tricolor analisou as imagens da invasão e identificou 22 pessoas, encaminhando os nomes dos envolvidos ao Ministério Público. A estratégia será mostrar ao STJD que o clube não teve culpa pela atitude dos torcedores, já que a gestão do estádio é responsabilidade da Arena, e que, tão logo ocorreu a invasão, o Tricolor fez de tudo para identificar os infratores e puni-los. Com isso, a intenção é escapar da perda de mando de campos ou pelo menos atenuar uma eventual punição.
Juizado do Torcedor
Ainda nesta quarta, ocorrerá uma reunião na sede do Ministério Público gaúcho, convocada pelo Juizado Especial do Torcedor, contando com representantes de Grêmio e Inter, além da Brigada Militar. Uma das pautas era a realização do Gre-Nal com torcida única. Porém, a partir de agora, qualquer decisão ficará submetida à liminar deferida pelo STJD.
De acordo com o último protocolo estabelecido pela CBF, divulgado em meados de setembro, 10% da capacidade máxima dos estádios deveria ser destinada ao público visitante. Desta forma, com a ampliação de público autorizada pelo governo do Estado, cerca de 2,5 mil tricolores poderiam assistir ao clássico na casa colorada. Entretanto, os acontecimentos na Arena fizeram com que o juiz Marco Aurélio Martins Xavier considerasse a realização do jogo com torcida única.