Passadas duas semanas da derrota para o Corinthians, o Grêmio voltará a jogar na Arena na manhã deste domingo (12), às 11h, contra o Ceará. No jogo que abre o segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Tricolor não pode pensar em outro resultado que não seja a vitória, diante da necessidade de iniciar uma campanha de recuperação para deixar a zona de rebaixamento.
O Grêmio ainda tem 21 partidas para disputar — as 19 do segundo turno mais os confrontos com os postulantes ao título Atlético-MG e Flamengo, do primeiro turno, adiados pela CBF. A projeção atual, em cima do aproveitamento do 16º colocado Bahia, aponta para a necessidade de 42 pontos para escapar da queda para a Série B.
Como tem 16, o Tricolor precisará somar mais 26 no restante do campeonato. Isso pode ser alcançado, por exemplo, com sete vitórias e cinco empates. A necessidade não é tão alta já que 26 pontos representam um aproveitamento de 41,2% nas partidas restantes.
No entanto, depois de Felipão ter tido duas semanas para preparar a equipe e de uma série de ações feitas pelo clube para remobilizar o elenco, um tropeço contra o Ceará seria um balde de água fria na esperança de reação. Ainda mais que o time nordestino não está entre os principais do Brasileirão e vem de uma sequência de quatro jogos sem vitória — o que determinou a queda do técnico Guto Ferreira e a chegada de Tiago Nunes.
O comunicador do Grupo RBS e gremista identificado, Rodrigo Adams ressalta que o sentimento da torcida neste momento é de angústia sobre a situação do clube e da incerteza em relação ao que time poderá mostrar em campo.
— A expectativa se resume a uma palavra: angústia. Acho que todo torcedor gremista nesse momento está angustiado com a fase do clube. Nem quando o Grêmio venceu no Brasileirão mostrou uma atuação que animasse a torcida. A gente está angustiado para saber o que vai acontecer contra o Ceará. A angústia vem pela tabela e pelo futebol apresentado. O Grêmio conseguiu melhorar nessas duas semanas? Evoluiu ou vai seguir jogando por uma bola? Angústia define bem o sentimento do gremista — aponta.
Ainda que o nível das atuações preocupem, Adams ressalta que, para este domingo, a expectativa pela vitória se impõe sobre o desejo de uma boa atuação.
— A vitória é a única coisa que importa. É óbvio que vindo com uma boa atuação deixaria a torcida mais animada, mas qualquer torcedor nesse momento vai falar que o importante é vencer. O Grêmio tem que tratar o jogo como uma guerra e sair vencedor dessa guerra — completa.
Ex-jogador e treinador tricolor, Adílson Batista passou no próprio Grêmio e em outros clubes essa situação de brigar contra o rebaixamento. Ele alerta que essa expectativa pela vitória na abertura do segundo turno deve ser tratada com cuidado para que um eventual tropeço não traga uma carga ainda mais para a sequência da temporada.
— O segundo turno não inicia do zero. É pensar em vencer para sair desse desconforto, o que algumas vezes demora. Já vivi esse desconforto e você patina em alguns momentos, pode demorar. É uma briga constante, mas o Grêmio tem condições de sair. Confio que pode engrenar daqui a pouco e obter uma sequência de vitórias. Tem condições de ganhar do Ceará? Tem. É difícil? É. O momento é de pensar nesse jogo e esquecer um pouco o resto. No futebol brasileiro você precisa viver jogo a jogo — avalia.
Entre essa esperança da torcida e a projeção de dificuldades, o Grêmio entrará em campo na manhã deste domingo disposto a mostrar que Felipão aproveitou bem as duas semanas com o elenco. Uma vitória poderá ser o primeiro passo para o Tricolor ter um segundo turno melhor que o primeiro. Essa é a necessidade que mostra a tabela.