Uma notícia curiosa marcou os últimos dias do Tricolor: os atletas se reuniram com o capelão do Grêmio, Dom Adilson Busin. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre, da capela Nossa Senhora da Medianeira, atendeu o programa Sábado Esporte, em entrevista que vai ao ar neste sábado (11). O religioso garante que não foi uma celebração o encontro:
— Primeiramente, tenho de esclarecer que não foi uma celebração, inclusive, aquilo que apareceu nos sites, os amigos e parentes falaram, aquela notícia foi uma montagem de uma celebração que houve no aniversário do Grêmio no ano passado. Não é a primeira vez que eu vou como capelão do Grêmio conversar com os jogadores — disse Busin.
Segundo ele, as conversas com o elenco não são raras. O bispo explica que de tempos em tempos é convocado para passar mensagens para o plantel e não somente agora no momento que o Tricolor lutar para não ser rebaixado à Série B.
— Um pouco antes do Natal eu fui. No começo deste ano também. Agora eu também fui convidado para uma palestra, para um momento de motivação e, depois claro, veio a coincidir quando deu aquele tumulto. Eu já tinha agendado a conversa e a bênção aos jogadores — contou, e acrescentou.
— Para escapar do rebaixamento, não teve essa intenção nem de um lado, nem de outro. Uma bênção, eu já fui por outras ocasiões, sempre é bênção. Eu sempre assinalo para os jogadores: no Grêmio também há jogadores de outras confissões, de outras religiões e que aceitam sempre uma conversa, na verdade, uma motivação. Aquilo que é dentro do meu papel, como guia espiritual, sempre uso a palavra de Deus.
Sobre o tom da conversa da última semana, Dom Adilson revelou que, como sempre, respeitou as crenças de cada indivíduo, mas reforçou o talento de cada. O bate-papo foi dias após o protesto na reapresentação dos jogadores no CT Luiz Carvalho.
— Eu falei que eles têm uma dignidade também e que estamos juntos. O futebol é um campo de talentos. Desta vez, junto com a bênção, eu falei da questão que o futebol é sempre um espaço para buscar a paz, para vencer o racismo e eu quis assinalar também a questão da xenofobia —frisou o religioso.
— O futebol também é um campo em que nós podemos promover a paz, a fraternidade e a união. Dentro do contexto do Grêmio, eu falei no sentido da paz do grupo e do sentido de cada um com o seu talento pode dar o máximo para o bem de todos — complementou.
Ele acredita que o movimento autorizado pela comissão técnica e direção, além de trabalhos complementares podem colaborar para aliviar o momento.
— Prestamos esse serviço espiritual junto com outros serviços que o Grêmio tem — ressaltou.
Dom Adilson celebra missas semanalmente, às 11h, todos os domingos, na capela localizada na Arena do Grêmio. Apenas quando há conflito de datas com os jogos em casa, os atos ecumênicos não são conduzidos.
A entrevista com o religioso vai ao ar neste sábado (11), a partir das 19h no programa Sábado Esporte na Rádio Gaúcha. A primeira oportunidade para verificar se o bate-papo ajudará o Tricolor será neste domingo (12), às 11h, na Arena, contra o Ceará, no primeiro confronto depois da conversa.