A vitória na Arena Pantanal era inegociável para o Grêmio. Depois de aguardar por dois meses para cumprir um de seus jogos atrasados pelo Brasileirão, o Tricolor foi ao Mato Grosso e venceu por 1 a 0, com gol de pênalti, anotado por Miguel Borja, ainda no primeiro tempo.
A atuação novamente esteve longe do ideal, mas o momento vivido pelo clube permite que se abra uma exceção. Afinal de contas, mesmo com o resultado magro, a equipe gremista não deixa o penúltimo lugar na tabela de classificação. Porém, ao menos conseguiu encurtar para quatro pontos a distância do primeiro time fora do Z-4, que é o próprio Cuiabá, adversário da noite desta quarta-feira (18).
— Primeiramente, estou feliz em estar voltando a jogar 90 minutos e, claro, mais feliz com a vitória. Sabemos que somos uma grande equipe. Infelizmente, estamos passando por um momento turbulento, mas não existe tempestade eterna e as coisas vão começar a mudar. Foi uma vitória com a cara do Grêmio, com muita garra e muita luta — desabafou Rafinha, uma das novidades apresentadas na escalação.
Em relação à última rodada, foram quatro modificações. Além do experiente lateral, improvisado pelo lado esquerdo, Rodrigues ganhou a vaga do suspenso Geromel na defesa. No meio-campo, o paraguaio Villasanti realizou a sua estreia e, mais adiantado, na função de articulador, Maicon foi o escolhido. Aliás, graças a um passe certeiro do capitão, surgiu o pênalti em Alisson.
— Fizemos algumas trocas porque entendíamos, depois do jogo com o São Paulo, que devíamos colocar jogadores mais vividos em dificuldades. E acredito que, até os primeiros 25 minutos, quando o Maicon esteve em campo, a coisa fluiu bem — avaliou o treinador gremista.
O problema é que Felipão não poderá repetir a fórmula no próximo sábado (21), quando receberá o Bahia, na Arena. Além de perder Thiago Santos e Vanderson, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, o comandante precisará buscar um substituto para o camisa 8, que sentiu uma lesão muscular na coxa e deixou o gramado aos prantos. Há também o caso do próprio Lucas Silva, eleito para entrar em seu lugar, que sequer voltou para a segunda etapa após sofrer uma pancada na perna.
— Provavelmente, não vamos ter o Maicon. Vamos ver quem pode ser (escolhido). Pode ser o Lucas (Silva). Se não for ele, vai ser um menino. Temos o Fernando Henrique, o Sarará, que está treinando muito bem. Quem sabe não está na hora de lançar também? Temos também o Bobsin, o Darlan, uma série de jogadores. O que queremos é este pensamento. Não podemos aceitar que estamos em uma situação ruim e não podemos modificá-la — completou Scolari.
Nem mesmo a possibilidade de lançar Jaminton Campaz, contratado junto ao Deportes Tolima, pode ser aventada.
— Ele nem chegou ainda. Não sabe nem que o Brasil existe. Pelo amor de Deus, não vamos nem pensar nisso — salientou Felipão.
Depois de desembarcar durante a madrugada, o meia-atacante colombiano realizará exames médicos na manhã desta quinta (19), no CT Luiz Carvalho, e só deve ter seu nome divulgado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF a tempo de encarar o Flamengo, pela Copa do Brasil.
De qualquer forma, o Tricolor seguirá sua luta contra o rebaixamento. Apesar do fôlego ganho em Cuiabá, ainda há um longo trajeto para seguir sendo escalado. E, pelas contas da comissão técnica, não acabará tão cedo.
— Nós jogamos e ganhamos, e os outros jogam e ganham também. Só tem que fazer conta. Eu sou realista. Não adianta inventar uma história e dizer que iremos sair daqui duas rodadas. Temos que nos preparar sempre para a dificuldade e, em uma situação equilibrada, para deixar esta situação daqui a seis, sete ou oito jogos. Não vamos fazer nada diferente disso. Podem me xingar, ficar brabos comigo — declarou o treinador.