As conquistas recentes da Copa do Brasil e da Libertadores formaram no Grêmio uma nova geração de ídolos. A equipe iniciada em Marcelo Grohe e terminada em Luan, que em 2016 tirou o clube da fila de 15 anos sem títulos de expressão, ficará na memória do torcedor tanto quanto aquele time de Felipão nos anos 1990. As despedidas, no entanto, quase nunca tiveram a devida pompa. É o caso de Maicon, capitão do penta, que na segunda-feira (30) rescindiu seu contrato.
Com a saída do camisa 8, os únicos remanescentes daquela Copa do Brasil são os zagueiros Geromel e Kannemann. Neste ano, até o técnico Renato Portaluppi deixou a Arena para seguir a carreira em outro lugar. Além disso, Marcelo Oliveira e Douglas se aposentaram do campo — o ex-lateral segue até hoje no Tricolor, mas em outra função.
GZH relembra como foram algumas destas despedidas, confira:
Copa do Brasil
Marcelo Grohe
O último jogo de Grohe pelo Grêmio foi também um dos mais tristes da história gremista recente. Foi na semifinal da Libertadores de 2018, quando o Grêmio sofreu a virada para o River Plate e deu adeus ao sonho do tetracampeonato da América. Depois do jogo, o goleiro teve diagnosticada uma lesão que encerrou sua temporada. No início do ano seguinte, foi negociado com o futebol árabe, onde segue até hoje.
Edilson
A saída do lateral-direito também se deu em uma derrota histórica, embora menos traumática. Foi na final do Mundial de Clubes de 2017, contra o Real Madrid. Ao fim daquela temporada, recebeu proposta do Cruzeiro, e a direção aceitou negociá-lo. Em seu lugar, veio Alisson, que segue em Porto Alegre, e Thonny Anderson, que deixou o Tricolor em 2020.
Marcelo Oliveira
Uma grave lesão sofrida no joelho, em 2018, encurtou o final de carreira do jogador, que disputou apenas oito partidas em 2019. No ano passado, entrou aos 45 minutos do segundo tempo na vitória sobre o Coritiba, pelo Brasileirão, apenas para ser homenageado. Após a partida, anunciou que encerraria a carreira. Hoje trabalha como coordenador-técnico do clube.
Walace
Quem guarda boa recordação do seu último jogo pelo Tricolor é o volante Walace, que despediu-se na final da Copa do Brasil. Após o jogo da taça de 2016, entrou em férias e, antes da reapresentação para o ano seguinte, foi vendido ao futebol alemão.
Maicon
Permaneceu na Capital até esta segunda-feira, quando teve rescisão contratual anunciada. Fez o último jogo no sábado (28), contra o Corinthians, quando foi expulso poucos minutos após deixar o banco de reservas.
Douglas
Quase não atuou após a conquista da Copa do Brasil, mas permaneceu em Porto Alegre até o final de 2018. Nas duas temporadas seguintes ao pentacampeonato, precisou lidar com lesões e problema de peso e ritmo de jogo. Se despediu com vitória e festa diante da torcida, ao bater o Corinthians na última rodada do Brasileirão e ajudar o time a garantir lugar na fase de grupos da Libertadores de 2019.
Ramiro
Diferentemente do camisa 10, foi titular absoluto de Renato Portaluppi nos dois anos seguintes, sendo figura importante nos títulos da Libertadores e da Recopa, além do Gauchão de 2018. Também fez saiu após a vitória sobre o Corinthians – clube para onde foi negociado no ano seguinte.
Pedro Rocha
O adeus de um dos heróis da Copa do Brasil foi uma surpresa. Quando todos imaginavam que o jogo contra o Godoy Cruz pelas oitavas de final da Libertadores seria o último de Luan pelo Grêmio, quem foi embora ao final da partida acabou sendo Pedro Rocha. E ele saiu em grande estilo: marcou os dois gols na virada sobre os argentinos e ajudou o Tricolor a avançar na competição.
Luan
Após o penta, o camisa 7 teve sua grande temporada no ano seguinte, quando ganhou a Libertadores e foi eleito o Rei da América. Depois disso, não conseguiu mais ser o mesmo e chegou a perder lugar para Jean Pyerre em 2019. Curiosamente, sua última aparição pelo Grêmio ocorreu em um momento em que era titular devido a uma lesão de Jean. Foi na derrota para o Bahia, na Arena. Sentiu uma lesão no pé e precisou ser substituído, ficando de fora das semifinais da Libertadores e também do restante da temporada.
Everton
Reserva na Copa do Brasil, começou o jogo de volta por conta da expulsão de Pedro Rocha no Mineirão. Assumiu a posição em 2018 e logo se tornou o principal jogador do time, com gols e dribles que o levaram à Seleção Brasileira. Foi vendido em 2020 e, mesmo já acertado com o Benfica, pediu para disputar seu último clássico Gre-Nal. E não decepcionou: foi o melhor em campo na vitória que colocou o Grêmio na decisão do Gauchão.
Campeões da Libertadores
Jaílson
Continuou no clube em 2018, quando comemorou a Recopa e o Gauchão, mas saiu no meio da temporada. Sua despedida foi com emoção, na vitória sobre o Estudiantes, nos pênaltis, pelas oitavas de final da Libertadores. Logo em seguida, foi vendido ao Fenerbache, da Turquia.
Arthur
Negociado com o Barcelona logo depois do tricampeonato da América, o volante seguiu atuando pelo Tricolor por mais um semestre. Seu último jogo foi num empate sem gols contra o Sport, na Ilha do Retiro. Com a parada dos campeonatos para a Copa do Mundo, embarcou para a Espanha para jogar ao lado de Messi e companhia.
Fernandinho
Autor de um dos gols contra o Lanús, não teve contrato renovado e trocou o Rio Grande do Sul pela China. A última vez que esteve em campo com a camisa tricolor foi na derrota por 1 a 0 para o Real Madrid.
Barrios
Assim como Edilson e Fernandinho, Barrios não ficou na Arena em 2018 para tentar o tetracampeonato da América. Já chegou ao final da temporada de 2017 sabendo que não teria seu vínculo estendido e, depois do Mundial de Clubes, deixou o clube. Também se despediu na derrota para os espanhóis em Abu Dhabi.