Quando se reapresentarem no CT Luiz Carvalho, na próxima quarta-feira (1º), os jogadores terão 12 dias apenas para treinar, antes de voltar aos gramados. Para saber os pontos que o Grêmio está deficiente e precisa ajustar neste tempo de "folga" no calendário, GZH fez um compilado das estatísticas levantadas pelo site Footstats durante as nove rodadas do Brasileirão em que o time foi comando por Felipão. Depois, comparou com a média das outras 19 equipes que disputam o campeonato.
Se o aproveitamento conquistado até agora é de 51,8% (quatro vitórias, dois empates e três derrotas) — o que colocaria o Tricolor na 6ª colocação —, ainda há situações que precisam ser melhoradas. Confira quais:
Poucas finalizações
Em nove exibições sob o comando do treinador, foram seis gols marcados (média de 0,88 gol por jogo). Não são números animadores, mas ainda existem oito clubes com médias inferiores a esta. O grande problema do Grêmio está na baixa produtividade do setor ofensivo.
Considerando apenas estas rodadas, o Tricolor tem a pior média de finalizações certas: 2,8 por partida. Ou seja, o Grêmio de Felipão é o time que menos chuta ao gol adversário entre todos os participantes do Brasileirão.
Muitos passes errados
O baixo índice de conclusão se explica pela dificuldade de criação. Com a mudança da comissão técnica, o Grêmio mudou também o modelo de jogo, passando a abrir mão da posse da bola para apostar em um jogo mais vertical, vocacionado aos contra-ataques. Assim, tem a segunda pior média de passes trocados durante os jogos (314,1 por partida), ficando à frente somente da lanterna Chapecoense (310,6).
Além disso, o Tricolor também apresenta um alto índice de passes errados: média de 40,6 por jogo. Neste ponto, quatro outros times conseguem ter quadro pior — Flamengo, Fluminense, Inter e São Paulo. Porém, vale lembrar que todos eles erram mais porque também trocam mais passes.
Lançamentos mal aproveitados
Como não priorizam a troca de passes, os comandados de Felipão utilizam muitas vezes da ligação direta da defesa para o ataque para se aproximar do gol adversário. Entretanto, não apresentam um bom índice de acertos neste quesito — 30,3% de aproveitamento, aparecen à frente apenas do Atlético-GO.
Em média, a equipe distribui 31,8 lançamentos por partida, com somente 9,6 deles alcançando o alvo desejado.
Cruzamentos a esmo
Uma das armas que têm sido utilizadas por Felipão são os cruzamentos. Por isso, aliás, ele pediu a contratação do colombiano Borja, um centroavante mais experiente que Ricardinho. No entanto, neste período, o Grêmio tem o quarto pior índice de acerto de bolas alçadas para a área adversária.
Dos 192 cruzamentos realizados até agora, apenas 36 chegaram ao destino desejado — aproveitamento de 18,75%. Só três times erraram mais: São Paulo, Fluminense e Santos.
Solidez defensiva
Entre tantas críticas que podem ser feitas, um elogio se faz necessário: o Grêmio de Felipão tem a melhor defesa até aqui. Com seis gols sofridos em nove rodadas, apresenta média de 0,66 gol sofrido por jogo. No campeonato inteiro, o líder Atlético-MG é quem mais se aproxima, com 0,72 gol por partida.
A explicação para isso está no fato de o Tricolor ser o quarto time que menos cede finalizações contra o seu próprio goleiro (10,3 por atuação). Números superiores são exibidos por Atlético-MG, Flamengo e São Paulo.
O problema parece estar, de fato, no fator emocional. Apenas uma vez, depois de sair atrás do placar, o Grêmio conseguiu virar o jogo (na vitória de 2 a 1 sobre a lanterna Chapecoense). Além disso, três dos seis gols sofridos saíram na segunda etapa: contra Bragantino, São Paulo e Corinthians.