O fato de Gabriel Chapecó ter sido o melhor em campo não permitiu ao Grêmio lamentar o empate no Gre-Nal 433, mesmo que o resultado tenha significado o nono jogo sem vitória no Brasileirão e a permanência na lanterna da competição. O técnico Luiz Felipe Scolari citou o pouco tempo que teve para preparar o time para o clássico como um empecilho para que o Tricolor pudesse apresentar um futebol mais atrativo na Arena.
Ainda que o desempenho técnico não tenha sido bom, a equipe recebeu elogios do novo comandante pela entrega e a "alma" demonstrada em campo ao longo dos 90 minutos.
— A situação é delicada, todos sabemos, os jogadores também sabem. O importante é que tivemos alma hoje (sábado). Tivemos dedicação, defesas espetaculares do goleiro, que eu já conhecia do juvenil. Estamos em dificuldades, mas não podemos fazer tudo diferente de um dia para o outro. Demos o primeiro passo, agora temos de dar o segundo. Não tive a oportunidade de treinar. Fiquei feliz porque os mais velhos deram a experiência que os guris precisavam, tivemos uma equipe unida e com as superações acontecendo de forma devagar — avaliou o treinador.
Felipão ainda explicou as mudanças feitas na equipe, principalmente as entradas de Cortez e Alisson, dois jogadores bastante criticados pela torcida.
— O Cortez é experiente, alto e marcador. O Cortez tem qualidade defensiva muito boa, me ajuda na bola parada. O Alisson é extremamente tático, jogador que pode, no momento atual, compor uma situação, dando uma tranquilidade para o lateral — explicou.
No mesmo tom de Luiz Felipe Scolari , o vice de futebol Marcos Herrmann elogiou a entrega da equipe e disse ter visto no treinador a mesma confiança que tinha na vitoriosa passagem pelo clube nos anos 1990.
— Eu vi o Felipão dos anos 1990. Vi o Felipão armando um time extremamente competitivo. Estamos em crise, então não podemos pretender jogar um futebol brilhante. Temos que nos estabilizar e, a partir daí, jogar um futebol melhor para fazermos um campeonato condizente com o nome do Grêmio. Estou satisfeito com o resultado pelas circunstâncias que estamos. O Grêmio tem tido vantagem contra esse adversário, mas as circunstâncias nos fazem achar que foi um bom resultado — declarou o dirigente.
Douglas Costa, Jean Pyerre e sequência de jogos
Felipão não terá muito tempo para preparar a equipe para o próximo compromisso. O Grêmio terá já na terça-feira, em Quito, o jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. O treinador garantiu que o torneio continental não será deixado em segundo plano, mesmo com a situação delicada no Brasileirão. Enquanto tenta corrigir problemas da equipe na base da conversa, ele traça o plano de recuperar dois jogadores: Douglas Costa, pela parte física, e Jean Pyerre, pela questão técnica.
— O Douglas veio de seis ou sete meses sem jogar. Aos poucos, irá melhorar a sua condição física e ter oportunidade para fazer o que a gente imagina. Eu pretendo usá-lo pelo lado direito, como meia, pelo outro lado, como usei o Dudu no Palmeiras. Ele é um jogador criativo e que pode fazer a diferença, além de ser taticamente evoluído. Precisaremos dar um pouco mais de tempo para ele — reiterou Felipão, que prometeu um carinho especial com Jean Pyerre.
— Tenho que fazer o Jean Pyerre jogar, porque é um talento. Penso em dar o carinho e as oportunidades que ele precisa. Penso em mostrar como ele pode ser e é importante para nós. Acredito que irei conseguir com que ele entenda alguns pequenos detalhes para sua condição técnica, e assim teremos o Jean Pyerre que nós queremos. O Jean pode acreditar em mim, confiar que eu posso passar coisas que ele poderá melhorar muito a sua condição física e técnica — prometeu.
Grêmio e LDU se enfrentarão nesta terça-feira, às 19h15min, pela ida das oitavas de final da Sul-Americana. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso gremista será no sábado, às 19h, diante do Fluminense de Roger Machado, no Maracanã.