Depois de mais de onze anos da saída para o Shakhtar Donetsk, em janeiro de 2010, Douglas Costa voltará a vestir a camisa do Grêmio para uma partida oficial. O meia-atacante viajou com a delegação no começo da tarde dessa quarta-feira (16) para Recife e está à disposição do técnico Tiago Nunes para o jogo contra o Sport na noite desta quinta-feira (17), às 19h, na Ilha do Retiro, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
A tendência é de que Douglas Costa, que não joga desde fevereiro, quando defendeu o Bayern de Munique na final do Mundial de Clubes diante do Tigres, comece no banco de reservas e entre em campo apenas no segundo tempo. Ainda assim, o retorno do camisa 10 renova as esperanças da torcida tricolor após um início ruim de Brasileirão com duas derrotas nos primeiros dois jogos — o Grêmio teve a partida com o Flamengo, da segunda rodada, adiada pela CBF.
O retorno ocorrerá em um momento bem diferente do primeiro jogo como profissional do meia-atacante, em 2008. Naquela ocasião, Douglas Costa foi chamado pelo técnico Celso Roth para estrear em uma reta final de Brasileirão, onde o Grêmio disputava o título. Foi diante do Botafogo, logo após a derrota de 4 a 1 para o Inter, no Beira-Rio. O capitão Tcheco estava suspenso pela expulsão no Gre-Nal e o garoto, então com 18 anos, não decepcionou marcando o gol que abriu o caminho para a vitória de virada sobre os cariocas, por 2 a 1. Um dos companheiros de meio-campo naquela tarde de 4 de outubro no Estádio Olímpico, Willian Magrão lembra que o franzino garoto impressionou os mais experientes logo nos primeiros treinos.
— Eu sou três anos mais velho que ele, então não chegamos a jogar juntos na base, mas os que o conheciam já falavam muito bem. Quando o Douglas começou a treinar, já vimos que ele tinha muita qualidade. Lembro que ele treinou um tempo até estrear. Quando chegou essa oportunidade contra o Botafogo, já imaginávamos que ele iria fazer uma grande partida por tudo que demonstrava nos treinos — recorda o ex-volante do Tricolor.
Um dos destaques daquela campanha do Grêmio no Brasileirão de 2008, Victor lembra que o gol marcado por Douglas Costa contra o Botafogo foi a reprodução de lances que costumavam se repetir nos treinamentos. Aquela bola puxada da direita para o pé esquerdo já incomodava o ex-goleiro nos treinos no antigo gramado suplementar do Estádio Olímpico.
— Foi um gol muito bonito. Ele recebeu a bola na frente da área, trouxe para dentro e finalizou com a perna esquerda. Foi um gol importante para nos deixar vivo na briga por aquele título até o final. Era uma jogada que ele fazia muito nos treinos — contou.
Atualmente gerente de futebol no Atlético-MG, Victor diz que ao ver a carreira construída por Douglas Costa lhe deixa orgulhoso de ter estado presente na estreia do garoto.
— Eu tive a felicidade de ver o surgimento de um craque. O Douglas demonstrou personalidade desde os primeiros treinamentos. Tinha capacidade técnica, velocidade e um poderoso arremate da entrada da área. O potencial dele foi notado desde os primeiros treinamentos — cita.
Com Douglas Costa iniciando no banco de reservas, a tendência é de que Paulo Victor no lugar de Brenno, que ficou em Porto Alegre por ter apresentado sintomas gripais, seja a única mudança na escalação em relação ao time que iniciou contra o Athletico-PR na última rodada.
