Nesta quarta-feira (14), o torcedor do Grêmio vai experimentar um ambiente de decisão muito semelhante ao que viveu em 2013. Há oito anos, o Tricolor também precisava vencer uma equipe equatoriana — a LDU — para chegar à fase de grupos da Libertadores. Depois de ter perdido o jogo de ida, em Quito, por 1 a 0, o time gremista devolveu o mesmo placar na Arena e selou a classificação nos pênaltis.
A vitória no tempo normal, no entanto, marcou a passagem do meia Elano por Porto Alegre. Trazido um ano antes, por indicação do técnico Vanderlei Luxemburgo, o ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira acertou um belo chute de fora da área, no ângulo do goleiro Dida Domínguez.
— Os torcedores me mandam o vídeo desse gol até hoje. Foi o primeiro gol oficial da Arena. Então, foi um momento marcante. Antes do gol, eu estava conversando com o Zé Roberto que a gente precisava chutar de longe, porque não estávamos conseguindo infiltrar na área. E, consequentemente, o Willian José rolou a bola para mim, e eu fui muito feliz. Claro que era um lance que eu treinava, mas foi marcante demais. Quando a bola saiu do meu pé, vi que ela foi perfeitamente e acompanhei a trajetória. O goleiro ainda deu uma ajoelhada, porque a bola acertou o ângulo direito. Não tem como sair da memória — recorda o ex-jogador.
Quase uma década depois, muita coisa mudou na vida de Elano Blumer, que encerrou a carreira de atleta e inicia agora uma trajetória como treinador, tendo passado pela Inter de Limeira e Figueirense recentemente.
— A carreira de treinador está sendo bem preparada. Passei por três situações e agora estou finalizando o último curso da Licença Pro da CBF. Trabalhei com mais de 30 treinadores, como Frank Rijkaard, no Galatasaray, ou Sven-Goran Eriksson, no Manchester City. Todos são referências para mim. Cada um tem seu estilom, e eu procuro identificar como cada um se comportava e seguir uma linha. Lógico que não posso abrir mão do que aprendi com Muricy (Ramalho), em 2011, quando ganhei a Libertadores. Com o (Emerson) Leão, que foi um paizão para a gente em 2002, ou com (Vanderlei) Luxemburgo, quando ganhei o Brasileirão de 2004. Costumo dizer que o bom treinador sempre evolui o jogador, e os meus treinadores foram bons, porque a todo momento conseguiram me fazer evoluir — observou ele.
Sobre o duelo desta quarta-feira, Elano vê qualidades no Independiente del Valle, mas aposta na classificação gremista à fase de grupos.
— Além de ter ganho muitas competições, o Renato cobra para jogar um bom futebol. Trabalhei com o Renato (no segundo semestre de 2013) e, então, entendo um pouco do que ele pede aos atletas. Vejo um confronto apertado, porque Libertadores é sempre assim, mas acredito que o Grêmio possa passar. O Grêmio é copeiro. Dentro de casa tem essa força, mesmo sem a torcida, e tenho certeza que vai conseguir passar — conclui ele.