Envolvido na disputa por vaga na fase de grupos da Libertadores, o Grêmio vive uma preocupação à parte: o surto de covid-19 no grupo de jogadores e comissão técnica. Os desfalques prejudicaram o time na trajetória na competição continental e também na largada do Estadual. Apesar do histórico recente, o clube confia no protocolo existente e na realização de bateria de testes frequentes.
Procurado por GZH, o departamento médico não quis se manifestar sobre o tema. Há o entendimento, no entanto, de que as medidas adotadas pelo Tricolor junto aos atletas e funcionários cumprem e até vão além das normas exigidas pelos órgãos sanitários e entidades que comandam o futebol no Brasil e na América do Sul. A testagem frequente e os cuidados no dia a dia seguirão os mesmos.
Linha do tempo de casos
O primeiro caso relatado pelo clube envolveu Paulo Miranda. O defensor teve teste positivo divulgado no dia 28 de março, quando o Tricolor enfrentou o Pelotas — primeira partida disputada com o time principal no Gauchão. Desde então, o zagueiro não ficou à disposição. A sua recuperação plena foi completada nos últimos dias, e ele está relacionado para encarar o Del Valle-EQU nesta quarta-feira.
Na véspera do jogo contra o São Luiz de Ijuí, em Passo Fundo, também pelo Gauchão, o preparador físico Reverson Pimentel também foi diagnosticado com a doença. O anúncio foi feito no último dia de março. Ele já voltou ao expediente no CT Luiz Carvalho após 10 dias de afastamento, seguindo o protocolo gremista.
Logo depois do Gre-Nal 430, vencido pelo Grêmio, Renato Portaluppi ficou da viagem para Quito, capital equatoriana, por sintomas gripais. De forma preventiva, seguindo a recomendação médica, o treinador foi cortado da relação e permaneceu em Porto Alegre. Horas depois, ele foi diagnosticado com covid-19. Ainda está em isolamento e deverá retornar aos trabalhos presenciais nos próximos dias.
Com o deslocamento realizado em território estrangeiro, a delegação do Tricolor seguiu as normas da Conmebol e passou por nova bateria de exames PCR. Dois novos casos no elenco foram detectados no dia 6 de abril: Paulo Victor e Vanderson.
A preocupação equatoriana fez com que o Grêmio tivesse restrições no país e a partida, inicialmente agendada para o dia 7 de abril, fosse impedida de acontecer na sede do Independiente del Valle. Desta forma, a Conmebol adiou o duelo para sexta-feira e o transferiu para o Paraguai.
Outros dois jogadores, Victor Ferraz e Emanuel, foram retirados da delegação de forma preventiva, apesar de terem apresentado resultados negativos inicialmente. Eles apresentaram sintomas e, mais tarde, também testaram positivo. O quarteto retornou em voo sanitário com custo aproximado de R$ 300 mil, enquanto os demais atletas seguiram para o novo destino: Assunção.
Em paralelo, para suprir as ausências, Felipe, Guilherme Guedes e Luiz Fernando foram levados às pressas à capital paraguaia para completar o plantel.
No último sábado, por iniciativa própria, o Grêmio testou todos os jogadores que regressaram da viagem por Equador e Paraguai. Mais um caso foi encontrado: David Braz. O camisa 14 anunciou o diagnóstico em suas redes sociais e disse estar bem — ele deverá se transferir para o Fluminense.
O sétimo caso apenas entre o elenco foi oficializado na noite desta terça. Diogo Barbosa testou positivo na bateria realizada exclusivamente para o confronto da volta contra o Del Valle. Ele está em isolamento e assintomático, de acordo com a nota publicada no site do clube.
O comunicado reforça que, desde o retorno da delegação do Paraguai, foram feitos 202 testes entre estafe, comissão técnica e atletas. No total, desde maio de 2020, quando os trabalhos presenciais foram retomados, 5.769 exames foram realizados entre os colaboradores do futebol profissional gremista.