O Grêmio oficializou na tarde da quinta-feira (18) a venda de Pepê para o Porto, cumprindo a promessa do presidente Romildo Bolzan Jr. de manter o atacante para a decisão da Copa do Brasil contra o Palmeiras. O jogador de 23 anos seguirá no Tricolor durante o primeiro semestre de 2021 e irá se apresentar ao clube português em 1º de julho, quando a próxima janela de transferências da Europa será aberta.
Porto e Grêmio abriram os números da negociação. Os portugueses pagaram 15 milhões de euros (R$ 98,9 milhões na cotação atual) por 100% dos direitos econômicos do jogador. O clube gaúcho ficará com 70% desse montante — ou seja, 10,5 milhões de euros (cerca de R$ 69 milhões) — já que 30% pertencia ao Foz do Iguaçu-PR, clube no qual o Tricolor foi buscar o atacante em 2016.
Para o atleta seguir vestindo a camisa 25 do Grêmio até o final de junho foi assinado um seguro. Em caso de lesão do jogador, os portugueses serão ressarcidos e não correm o risco de perder o investimento. Os exames válidos para a negociação foram realizados no Rio de Janeiro, quando o Tricolor enfrentou o Botafogo pelo Brasileirão.
O dinheiro que entrará para o Grêmio pela venda de Pepê será mais que o dobro do previsto no orçamento de 2021 para venda de atletas, que era de R$ 28 milhões, de acordo com o divulgado pelo clube. Isso, porém, não significa que o Tricolor será mais agressivo no mercado na busca por reforços na próxima temporada do que foi na atual, quando gastou aproximadamente R$ 33 milhões em reforços.
— Depende das oportunidades de negócios que teremos e iremos avaliar. A negociação (do Pepê) nos dá uma tranquilidade, pelo menos, até setembro. Mas as projeções para a próxima temporada serão feitas quando terminarmos a atual. Vamos avaliar após o término do Brasileirão e da Copa do Brasil, de acordo com as necessidades que o Grêmio vai observar dentro das sua avaliações do plantel — disse Romildo.
O valor total da transferência de Pepê para o Porto significa a terceira maior venda da história do Grêmio. A negociação fica atrás apenas das de Arthur, para o Barcelona, e de Everton, para o Benfica.
Em agosto do ano passado, o antecessor de Pepê no setor esquerdo do ataque, Everton se transferiu para o Benfica mediante o pagamento de 20 milhões de euros (R$ 128,2 milhões pela cotação da época), pagos à vista. Assim, mesmo tendo uma fatia menor do passe do jogador (65%), o Tricolor arrecadou 13 milhões de euros (R$ 83,3 milhões). Dividiram-se para receber o resto: Fortaleza, o empresário Gilmar Veloz e o investidor Celso Rigo.
A maior venda da história gremista, no entanto, segue sendo a de Arthur para o Barcelona, em 2018. Recém campeão da Libertadores como protagonista, o jovem meio-campista foi comprado pelos catalães por 30 milhões de euros (R$ 140 milhões).
Além disso, foram adicionadas ao contrato um plano de metas que permitiram ao clube gaúcho lucrar mais 2 milhões de euros (R$ 8,8 milhões) — participação em 10 jogos e título espanhol. Posteriormente, em junho de 2020, a ida do atleta para a Juventus ainda rendeu uma nova bolada ao Tricolor (em torno de R$ 15 milhões), por conta do mecanismo de solidariedade da Fifa.
Pepê ainda poderá render mais ao Grêmio, já que o clube terá direito a 12,5% do lucro do Porto em uma futura venda. O contrato do atacante com os portugueses, assinado até 2026, prevê uma cláusula de rescisão de 70 milhões de euros (R$ 459 milhões). Como exemplo, se Pepê sair por esse valor, o Tricolor receberá 6,8 milhões de euros, que na cotação atual equivale a cerca R$ 45 milhões.
Nós últimos anos, além de voltar a conquistar títulos, o Grêmio tem conseguido fazer grandes vendas ao Exterior. As cinco maiores negociações realizadas durante a gestão do presidente Romildo Bolzan somaram cerca de R$ 380 milhões. Relembre os números das transações:
- Arthur (R$ 140 milhões)
- Everton (R$ 83,3 milhões)
- Pepê (R$ 69 milhões)
- Pedro Rocha (R$ 45 milhões)
- Tetê (R$ 43 milhões)
- Total: R$ 380,3 milhões