O principal dilema do Grêmio está no meio-campo, seja para o jogo deste sábado (12), contra o Goiás, pela 25ª rodada do Brasileirão, ou para o duelo de quarta-feira, diante do Santos, pela volta das quartas de final da Libertadores. Se não tiver Jean Pyerre à disposição na Vila Belmiro, o técnico Renato Portaluppi terá novamente como alternativa principal o chileno Pinares, que ficou em Porto Alegre e não joga neste fim de semana, ou poderá aproveitar a partida em Goiânia para testar outras alternativas.
Sem Isaque, que sofreu uma entorse no tornozelo e segue afastado do time (nem sequer ficou no banco de reservas nos dois últimos jogos), as opções para o meio-campo são Thaciano e Robinho, que não têm dado uma resposta tão boa, ou novamente a composição com três volantes de origem. Para o jogo das 21h deste sábado, diante do Goiás, a tendência é de que Thaciano ou Robinho seja escalado à frente de dois volantes, para que seja mantido o tripé atrás do centroavante.
— É importante que o time não fique dependente do Jean Pyerre. Precisa achar outras opções. Claro que o time perde qualidade sem ele, mas o Renato tem alternativas e conhece bem o grupo. Na quarta, imagino que se o Jean não puder jogar vai o Pinares, que foi contratado para isso, embora seja um jogador bem diferente do Jean Pyerre — avalia Cassiá Carpes, ex-jogador e ex-treinador do Grêmio.
A opinião é a mesma de Gustavo Manhago, narrador da Rádio Gaúcha. No entendimento do jornalista, o chileno é a primeira e única opção para o caso de Jean Pyerre seguir fora na quarta:
— O Pinares já mostrou que pode ajudar, é jogador de seleção. Não mexeria no esquema, porque é o que melhor o Grêmio se adapta. O chileno é o que mais de aproxima de um meia clássico, armador. Robinho, Thaciano e até mesmo Isaque, que está lesionado, não merecem a titularidade.
O jogo deste sábado pode servir para o treinador buscar uma terceira via, já que nem Jean nem Pinares estará à disposição de Renato. Também está relacionado para o setor de meio-campo o garoto Patrick, que tem atuado pelo time de transição. No Brasileirão de Aspirantes, marcou dois gols em oito jogos, e é um dos destaques da equipe. Pelos profissionais, fez seu último jogo em agosto e quase foi emprestado.
Neste contexto de calendário cheio e pouco tempo de treinamento, o ex-meio-campista Marcelo Mabília, que comandou o Tricolor interinamente em algumas partidas em 2013 e 2014, entende como positiva a rotação do grupo em jogos como esse em Goiânia. Para ele, o elenco gremista tem mais opções nesta temporada do que nas anteriores, o que permite ao treinador um revezamento maior entre os atletas.
— Hoje o Grêmio tem mais recursos no banco de reservas. Antes, quando perdia Geromel, Maicon, Luan, não tinha peças de reposição. Hoje tem Ferreira, Darlan, os laterais, os zagueiros na reserva que são bons — destaca Mabília, que acredita que o ingresso de Darlan poderia dar um encaixe melhor na equipe caso Jean Pyerre não posso atuar na quarta:
— Uma coisa é certa, nenhum reserva vai substituí-lo à altura. Contra o Santos ficou evidente que faltou esse meia que pisa na bola, e o Grêmio não tem outro a não ser o Jean Pyerre. O casamento de Pinares, Matheus e Maicon não deu certo, o time ficou sem mobilidade e intensidade. Para melhorar isso, poderia entrar o Darlan no lugar do Maicon, mas é uma decisão difícil, que precisa ser bem avaliada pelo Renato.
O Grêmio espera poder contar com Jean Pyerre na partida decisiva contra o Santos. Com ele à disposição, Renato teria praticamente todos os seus titulares para tentar buscar a classificação às semifinais da Libertadores. Mas, antes disso, terá de testar um meio-campo diferente em um duelo contra o lanterna do Campeonato Brasileiro, que para o Grêmio vale a consolidação no G-4 e, quem sabe, uma aproximação do líder.