Uma Libertadores depois, o Grêmio se reencontra com as oitavas de final da competição continental em situação praticamente semelhante à de 2019. Só não dá para dizer que é passado um ano porque a pandemia adiou a continuidade do torneio em alguns meses, mas diferença temporal à parte, o cenário é semelhante. Contra o Guaraní-PAR, às 21h30min de desta quinta-feira (26), o time de Renato Portaluppi abre o mata-mata fora de casa para tentar repetir o sucesso da temporada anterior até a hora decisiva do campeonato.
Como no ano passado, o Grêmio terá pela frente um time paraguaio na hora das partidas de ida e volta. Dois pontos são diferentes: o adversário (em 2019 era o Libertad, em 2020 é o Guaraní) e o mando (em 2019 decidiu fora, em 2020 será em casa). Mas o entorno, o ambiente, o ânimo, tudo era parecido.
Nas duas temporadas, o Grêmio levou sustos na fase de grupos e passou certo trabalho até se reencontrar. Em ambas, perdeu no Chile, para a Universidad Católica, e se recolheu, olhou para dentro, resolveu internamente seus problemas e reagiu. Na de 2020, conseguiu até ser primeiro do grupo, superando o Inter, o que lhe dá a vantagem de decidir em casa esse mata-mata. E também nos dois anos chegou a esse momento em curva ascendente, crescendo no Brasileirão e vivo na Copa do Brasil.
Quando chegou para enfrentar o Libertad, o time tinha cinco jogos invicto e havia eliminado o Bahia ganhando fora de casa na Copa do Brasil. Na atual temporada, o time acumula 12 jogos de invencibilidade. O retorno de peças importantes como Jean Pyerre, nos dois anos, alterou a mecânica do time, dando fluidez e solidez ao meio.
O que o torcedor gremista pode querer que mude é o sofrimento, principalmente do primeiro jogo. Na Arena, o time ficou com um a menos a partir da expulsão de Geromel, mas mesmo em desvantagem, contou com a força de dois jogadores que vieram do banco para vencer por 2 a 0, gols de David Braz (provável titular) e Diego Tardelli, que deixou o clube.
Dos prováveis titulares, aliás, apenas três que ganharam do Libertad estarão em campo à noite: Geromel, Matheus Henrique e Jean Pyerre. O número mudará para cinco se considerarmos que David Braz atuou na Arena e substitui o suspenso Kannemann, e se Renato optar por Cortez na lateral esquerda.
Duas das principais diferenças, porém, estão nas extremidades do campo. Paulo Victor, cujas atuações nas horas mais decisivas (contra Palmeiras e Flamengo) foram criticadas, deu lugar a Vanderlei no gol. No ataque, Diego Souza substituiu André, que teve saída festejada por grande parte dos torcedores.
O centroavante falou sobre a importância da partida:
— Jogo de Libertadores não tem muito o que controlar, é muita dedicação e transpiração. Nos momentos que tivermos a bola temos que ter essa transpiração para fazermos as coisas acontecerem. Vai estar calor pra todo mundo. A gente sabe da importância que é o jogo.
O goleiro reconheceu o crescimento:
— Importantíssimo o time ter encorpado. Nosso elenco é forte, as vitórias geram confiança. Mas temos de mostrar isso dentro de campo, colocar em prática o que o Renato pedir e o que a gente observar do Guaraní. O ano foi difícil para todos, foi complicado. Começamos oscilando, estávamos crescendo, veio a pandemia e, quando voltamos, também oscilamos. Agora estamos num grande momento, toda a equipe estamos crescendo. Para mim também está sendo um crescimento individual, mas temos de evoluir dia a dia. É importante estar no auge, porque estamos na reta final das competições.
Para repetir 2019, o gol fora é fundamental e é atrás disso que o time começa sua caminhada no mata-mata da Libertadores.