É inegável que o Grêmio apresentou uma queda de rendimento nos últimos jogos. Um jogador, em especial, foi vítima deste desacerto da equipe: Matheus Henrique. O volante, que herdou a camisa 7 após a saída de Luan, faz um início de Campeonato Brasileiro modesto, com números inferiores à média que teve nesta mesma competição no ano passado.
Para exemplificar: em 20 jogos no Brasileirão de 2019, Matheusinho teve média de 67,9 passes por jogo, com 92% de acerto. Neste início de campeonato em 2020, a média de passes por partida caiu para 58,8, com aproveitamento de 88% nos toques. Outro número que piorou foi a perda de posse. No ano passado, eram 9,8 perdas por jogo, enquanto na competição deste ano está em 12,6 por partida.
— Matheus Henrique é vítima de um desacerto coletivo do Grêmio. No Gauchão, foi um dos principais destaques do campeonato. Sem a parceria permanente de Maicon, perdeu rendimento, pois a combinação com Lucas Silva não é a mesma. Lucas, aliás, é outro que está abaixo do que já fez — justifica José Alberto Andrade, colunista de GZH.
Essa parceria com Lucas Silva, inclusive, é apontada como o principal ponto para a queda de rendimento do camisa 7, que no ano passado chegou até mesmo à Seleção Brasileira pelas boas atuações no Grêmio. Para reequilibrar o setor de meio-campo, o narrador da Rádio Gaúcha Gustavo Manhago acredita que a entrada de Darlan, cogitada para o duelo com o Bahia, nesta quinta-feira (10), seja uma boa alternativa:
— Matheus Henrique caiu com o time. Desorganizado, lento e burocrático. O volante sente demais a ausência de Maicon. Ele se solta muito mais com o antigo capitão e a parceria com Lucas Silva não faz o jogo fluir. Lucas tem sido lento, erra passes demais e sobrecarrega Matheus na saída de bola para chegar ao ataque. Com Maicon fora, Renato deveria optar por Darlan, por ter mais qualidade técnica e se aproximar do estilo que Matheus se adapta melhor.
Outra possibilidade levantada envolve a questão física. Ao lado de Maicon, por ter um entendimento maior, pelo tempo em que jogam juntos, Matheus precisa correr menos do que quando forma parceria com Lucas Silva, que se movimenta menos. Assim, o camisa 7 teria um desgaste maior e, consequentemente, mais erros técnicos.
— A ausência de Maicon sobrecarrega Matheus Henrique. Matheusinho e Maicon dividem funções de armação e se entendem muito bem. Há mais entrosamento e ambos conseguem acelerar o jogo de forma adequada. Com Lucas Silva, a função de armar e acelerar o jogo do jeito que o Grêmio gosta, é praticamente de Matheus Henrique, pois Lucas, além de estar em má fase técnica, é um jogador de mais marcação. Matheus Henrique está tendo que correr mais e o desgaste é maior — avalia Rafael Colling, apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha.
Ainda com essa queda de rendimento, Matheus Henrique segue como o segundo melhor passador do Grêmio no Campeonato Brasileiro, com 58,8 passes por jogo (88% de precisão), e como o segundo que mais dribla na equipe, com média de três fintas por partida. Em contrapartida, é apenas o oitavo em desarmes (um por jogo) e o quinto em passes decisivos (1,2 por partida).
Confira os números de Matheus Henrique:
Brasileirão 2019
- 20 jogos
- Nenhum gol
- 0,5 finalizações por jogo
- 1 assistência
- 1 passe decisivo por jogo
- 67,9 passes por jogo (92% de acerto)
- 3,7 bolas longas por jogo (72% de acerto)
- 1 interceptação por jogo
- 1,6 desarmes por jogo
- 2,7 dribles por jogo (83% de acerto)
- 9,8 perdas de posse por jogo
- 1,8 faltas cometidas por jogo
- 1 falta sofrida por jogo
- 9 cartões amarelos
No Brasileirão 2020
- 5 jogos
- Nenhum gol
- 0,2 finalizações por jogo
- Nenhuma assistência
- 1,2 passe decisivo por jogo
- 58,8 passes certos por jogo (88% de aproveitamento)
- 3,6 bolas longas por jogo (67% de aproveitamento)
- 1,2 interceptações por jogo
- 1 desarme por jogo
- 3 dribles por jogo (63% de acerto)
- 12,6 perdas de posse por jogo
- 1,4 faltas cometidas por jogo
- 2 faltas sofridas por jogo
- 2 cartões amarelos