
Nas últimas 12 partidas, o Grêmio de Renato Portaluppi venceu apenas três partidas. No retorno da Libertadores, na última quarta-feira (16), o time foi criticado pela postura apática e perdeu por 2 a 0 para a Universidad Católica, fora de casa. A equipe ocupa o segundo lugar do grupo E, com quatro pontos, três a menos que o líder Inter.
Pela primeira vez nos últimos quatro anos, o treinador tem sofrido pressão com os resultados apresentados dentro de campo. GZH consultou quatro de seus colunistas para saber se eles entendem que chegou a hora de Renato deixar o Grêmio. Confira as opiniões:
Não é hora de Renato deixar o Grêmio. Se a direção entender não renovar o contrato ao fim da temporada, fará sentido porque concluiria que o ciclo encerrou. Em meio à volta da Libertadores e antes de começar a Copa do Brasil, seria uma aventura.
A saída de Renato do Grêmio nunca esteve tão justificada, desde que assumiu, em 2016. Há uma desintegração de grupo de trabalho em 2020 que não achou soluções e que é nítida dentro de campo. O técnico que sempre contornou as situações difíceis, e teve respaldo da direção, agora não acha a fórmula. Mesmo com clima bom dentro do elenco, falta resolução tática e qualidade técnica para uma possível reação. As manifestações públicas do treinador também não têm mais credibilidade junto à torcida. Será compreensível a troca de comando no Grêmio. Será traumática pelo tempo que durou a passagem e também pelos títulos conquistados, mas compreensível.
Não entendo que seja a hora de o Renato sair do Grêmio. Manter um treinador vitorioso é muito fácil. Agora, manter um técnico em um momento de crise, o que é absolutamente normal em quatro anos e cinco temporadas, é algo mais complexo. E é isso que o Grêmio tem de fazer. O Renato já deu provas que consegue tirar o Grêmio de situações difíceis. E uma das grandes questões que está no centro da má fase do Tricolor é a preparação física, e isso não está na conta do Renato. Foi a direção que decidiu mudar. O Renato e os jogadores, inclusive, não gostaram da atitude. É muito simplista falar que o problema é o Renato. Não foi o Renato que trocou o preparador físico que trabalhou na Seleção Brasileira. Enfim, o Grêmio antes dele estava sete anos sem ganhar Gauchão e 15 anos sem ganhar um campeonato nacional. Será que ele não merece uma chance em um momento ruim? Eu acredito que merece.
Sou contra a cultura imediatista do futebol brasileiro, onde torcedores, jornalistas e dirigentes esperam resultados "para ontem", sem planejamento algum. Sou defensor ardoroso da continuidade no trabalho de uma comissão técnica. Renato é uma exceção no insano futebol brasileiro. Completa na sexta-feira (19) quatro anos à frente do time. São sete títulos no período, podem contestar a relevância de alguns deles, mas não contestem a competência de Renato. Foi ele quem fez o Grêmio encantar o país com um futebol envolvente e que só perdeu espaço para o espetacular Flamengo de Jorge Jesus. Renato conhece o Grêmio como poucos. Se existe alguém que pode tirar o time deste colapso técnico e tático que está inserido, é o Renato. Trocar agora só traria mais prejuízos ao time. Isso não significa que Renato não tenha responsabilidades pelos maus resultados. Tem, e não são poucas, mas todos os treinadores enfrentam altos e baixos em um trabalho de longo prazo. Cabe a Renato se reinventar e fazer o Grêmio voltar a jogar. A tarefa não é simples. Elevai precisar começar do zero, e para isso paciência será fundamental.