![Agência RBS / Agencia RBS Agência RBS / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25677157.jpg?w=700)
O Grêmio venceu a ida da final da Libertadores de 1995 por 3 a 1, no Olímpico, como narrou a Rádio Gaúcha na noite desta quarta-feira (10) em uma retransmissão da partida ocorrida há quase 25 anos. Apesar da boa vantagem conquistada dentro de casa, o próprio técnico Luiz Felipe Scolari contou que irritou-se com o gol sofrido no segundo tempo.
Ainda assim, os atletas e a comissão técnica sabiam da qualidade da equipe e confiavam na conquista do bi da América em Medellín, na semana seguinte. Após o jogo, o discurso dos jogadores era de dedicação total para a partida de volta.
— Esperamos um jogo difícil, devemos estar preparados até para comer a grama do campo se quisermos ser campeões — disse o volante Dinho, bicampeão da Libertadores pelo São Paulo, em 1992 e 1993.
Outro que conhecia bem o torneio sul-americano era o paraguaio Rivarola. O zagueiro havia disputado a competição pelo Cerro Porteño anos antes e sabia que, para conquistar o troféu mais cobiçado do continente, o time teria de se esforçar em campo.
— O Grêmio tem que ser seguro e determinado. Em um jogo importante como este é como se tivéssemos que dar a vida em campo, jogar mordendo — afirmou Rivarola.
Um medo da torcida gremista era que pudesse ocorrer algo parecido com o que houve no duelo contra o Palmeiras, nas quartas de final daquela Libertadores. Depois de uma goleada por 5 a 0 no Olímpico, o Grêmio levou 5 a 1 no Palestra Itália e quase foi eliminado da competição. Para os jogadores, aquele confronto serviu de aprendizado.
— Aprendemos a lição contra o Palmeiras em São Paulo — garantiu o meia Carlos Miguel após a vitória sobre o Atlético Nacional.
Estratégia
Mesmo dias antes da viagem à Colômbia, o Grêmio já se imaginava em campo no Estádio Atanasio Girardot. O capitão Adilson Batista sabia que era preciso defender-se, em primeiro lugar, mas sem deixar de atacar o adversário:
— A nossa saída é marcar forte e partir para o contra-ataque para obrigá-los a também se preocuparem conosco. Se tivermos consistência no esquema poderemos criar situações de gol que deixem o Nacional ameaçado.
![Valdir Friolin / Agencia RBS Valdir Friolin / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25677159.jpg?w=300)
Essa mesma estratégia era defendida pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Ele entendia que o Grêmio precisava ser eficiente nas escapadas ao ataque.
— É óbvio que não jogaremos abertos, mas precisamos trabalhar a bola com tranquilidade e sair rápido para o contra-ataque — salientou Felipão.
A preparação, claro, era importante. A equipe teria de suportar 90 minutos em alta intensidade para evitar que os colombianos, movidos pelo apoio da torcida, conseguissem reverter a desvantagem. Por isso, o preparador físico Paulo Paixão pedia calma aos atletas:
— Num momento decisivo como este, mente e corpo têm que estar preparados.
O grupo de jogadores parecia assimilar bem. Um dos mais contidos era o volante Luís Carlos Goiano, já rodado no futebol brasileiro. Apesar dos 26 anos, tinha experiência para saber que o 3 a 1 no Olímpico era uma vantagem significativa.
— Vamos chegar a Medellín com os pés no chão, conscientes da nossa condição — falou o jogador.
![Agência RBS / Agencia RBS Agência RBS / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25677158.jpg?w=300)
Na contramão do restante do grupo estava ele, o "Diabo Loiro". Irreverente, o atacante Paulo Nunes estava confiante na vitória. Inclusive, projetou como seria o seu gol na decisão:
— Farei o gol do título de pé direito ou de cabeça.
Como você deve lembrar, ele não marcou. O jogo da volta terminou empatado em 1 a 1, com gol de Aristizábal logo no início para os donos da casa e o empate já aos 40min do segundo tempo veio com Dinho, de pênalti. Mas o que valeu foi o título, que pintou a América de azul, preto e branco pela segunda vez.