Recebi e-mails de colorados, aos quais agradeço, discordando de forma civilizada da minha opinião sobre o acordo celebrado pelo Grêmio durante a pandemia.
Em vez de redução de 25% autorizada pelo Governo Federal, Romildo Bolzan acertou uma economia de 55% dos salários e direitos de imagem do elenco durante seis meses, para devolver em 24 prestações a partir de janeiro de 2021.
Parece-me bom, pois garante um fluxo de caixa durante a travessia sem futebol, diluído ao longo de dois anos, já com bola rolando. Os colorados que me escreveram, todos, condenaram meu ponto de vista alegando que o do Inter era melhor. O curioso é que não critiquei o acerto do Inter. Ao contrário: elogiei bastante. Eis aí um caso clássico da velha e boa grenalização.
Elogiar o Grêmio não é automaticamente criticar o Inter. Criticar o Inter não é desmerecer o Grêmio. Os acordos são diferentes, produzidos por situações financeiras distintas.
Se o Grêmio têm fôlego para criar um jeito de não demitir funcionários e não reduzir salários, garantindo liquidez quando mais precisa, sem recorrer a bancos e seus juros escorchantes, bom para o Grêmio e seus jogadores.
É como na política. Criticar o PT não te faz bolsonarista tipo Sara Winter, mas apenas crítico do PT. Assim como apontar o dedo para os absurdos do bolsonarismo e sua crença de que o mundo não é redondo não te faz comunista da Coréia do Norte.
Fato mesmo, um só: se o futebol não voltar até setembro, esses acordos todos serão poeira.