Alcançar o status de ídolo em um clube significa garantir o carinho eterno dos torcedores. Porém, é comum que os jogadores troquem de equipes no decorrer de suas carreiras e, alguns, acabem até mesmo defendendo o maior rival. No Grêmio, por exemplo, Tinga, Gabriel e Dida são exemplos que se encaixam neste perfil por terem atuado no Inter depois. de passar pelo Estádio Olímpico.
Há, contudo, atletas que negaram propostas do Colorado em respeito à trajetória construída com a camisa tricolor. GaúchaZH preparou uma lista com três nomes que recusaram trocar de lado na rivalidade Gre-Nal:
Lucas Barrios
Decisivo na Libertadores de 2017, o atacante argentino (naturalizado paraguaio) saiu da Arena logo após o vice-campeonato mundial no mesmo ano. Rodou por outros times na América do Sul, mas a história poderia ter sido diferente. Em entrevista à Rádio Gaúcha recentemente, o jogador revelou que rejeitou o rival pela ligação com o Grêmio.
— Sim, quando saí do Grêmio ligaram (do Inter) para o meu empresário. Mas falei para ele que sou um cara de palavra. Quando estava no Chile e saí do Colo-Colo, a Universidad de Chile também me ligou. Nunca aceitei. E tampouco aceitaria jogar no Inter, porque respeito a minha história no Grêmio. Sempre vou ser agradecido ao Grêmio por tudo que fez por mim e pelo carinho que a torcida demonstra por mim. Nunca faria doer o coração da torcida — disse Lucas Barrios.
Iúra
Atualmente diretor do futebol feminino gremista, Iúra esteve muito próximo de atuar no rival. Após jogar no Estádio Olímpico por quase toda a década de 1970, acabou negociado com o Criciúma. Não demorou muito para ser tentado pelo Inter. Em 1981, a equipe catarinense encaminhou sua venda ao maior rival do Grêmio. Já no Beira-Rio, com a camisa em mãos, um sentimento inesperado impediu a conclusão do negócio.
— Quando fui assinar o contrato, o pessoal me deu a camiseta e me deu uma sensação estranha. Não tenho nada contra, mas me deu algo diferente. Era apaixonado desde criança (pelo Grêmio) — ressalta.
Com a recusa, Iúra seguiu a sua carreira sem atuar pelo Inter. Ele garante nunca ter se arrependido da decisão:
— Eu agradeço a Deus por não ter me permitido jogar no Inter. Nada contra a instituição ou torcedores, mas pela minha personalidade — completou.
Mazzaropi
O goleiro campeão do mundo em 1983 compreendeu que o melhor cenário seria representar apenas o clube azul de Porto Alegre. O convite aconteceu após a saída do clube, em 1990, quando um emissário lhe procurou com uma oferta colorada. Optou por outros destinos:
— Fui para o Coritiba, fiquei um mês lá. Depois, fiquei cinco meses parado em casa até receber o convite do Figueirense — confessa o ex-arqueiro.
Já na parte final da carreira, Mazzaropi ainda passou por outros times do futebol brasileiro até pendurar as luvas.