
Nem todos os torcedores têm conhecimento, mas apenas dois dias depois de vencer o Hamburgo e conquistar o Mundial de Clubes, em Tóquio, no Japão, o Grêmio voltou a campo para erguer outro troféu.
Na viagem de volta ao Brasil, a delegação gremista fez uma escala nos Estados Unidos e, no dia 13 de dezembro de 1983, enfrentou o América, do México. Após empate por 2 a 2 no tempo normal, o Tricolor levou a melhor na disputa por pênaltis e ficou com a taça. Porém, este jogo é envolto em contradições — tanto sobre os jogadores que anotaram os gols da partida, como acerca do nome da competição.
Em 1968, a Conmebol e a Concacaf (entidade que rege o futebol nas Américas Central e do Norte) resolveram criar a Copa Interamericana para confrontar os campeões da Libertadores e da Copa dos Campeões da Concacaf. Assim, Estudiantes e Toluca fizeram três duelos para definir os argentinos como vencedores da primeira edição.
O torneio, contudo, deixou de ser disputado em 1980 até que, em 1983, ao descobrir que o Grêmio passaria pelos Estados Unidos, a Concacaf agendou um confronto com o América-MEX.
Como o campeão da liga continental era outro clube mexicano (o Atlante), o nome do torneio teve de ser modificado. Para alguns, passou a ser chamado de Copa Pan-Americana. Já o Grêmio a cita em seu rol de títulos como Copa Los Angeles.
Outras situações contraditórias envolvem o próprio andamento da partida. Em seu site oficial, o Tricolor apresenta a ficha técnica com gols de Bonamigo e Renato, seguido de uma vitória nos pênaltis por 4 a 3.
Já a edição do jornal La Opinión, veiculada em Los Angeles para o público latino, descreve em sua crônica que os gols gremistas foram marcados por Paulo César Caju e Renato, afirmando que o placar das penalidades foi de 6 a 5. Há diferenças também nas escalações dos dois times.
Certo mesmo é que a taça foi trazida para o Brasil. Dias depois, na chegada da delegação em Porto Alegre, o então vice de futebol Alberto Galia fez questão de levantá-la diante dos fotógrafos, ao lado de Hugo de León e Fábio Koff, que mostravam orgulhosos os troféus mais valiosos daquela viagem: o do Mundial Interclubes e da Copa Toyota.