O presidente da República Jair Bolsonaro confirmou a informação divulgada pelo repórter Eduardo Gabardo de que conversou com o treinador do Grêmio, Renato Portaluppi, para ter um parecer sobre o retorno do futebol no Brasil. Há mais de um mês, as competições foram suspensas por conta da pandemia de coronavírus.
— Em momento nenhum eu falei para a imprensa que havia entrado em contato com o Renato, técnico do Grêmio. Agora eu falo para vocês: foi especulação, e desta vez acertaram. Eu liguei para o Renato para exatamente ter informações dele sobre o que pensa o atleta no tocante a voltar o futebol ou não. Como também tenho conversado com (Rogério) Caboclo, Walter Feldman, da CBF — admitiu o próprio Bolsonaro em entrevista à Rádio Guaíba.
O contato entre os dois ocorreu no último final de semana e, segundo o presidente, o ídolo gremista manifestou a preocupação dos atletas em voltar às atividades em meio ao alto nível de contágio detectado no país.
— A decisão de voltar o futebol não é minha, do presidente da República, mas nós podemos colaborar. Desde lá de trás, quando conversei com o Renato, eu falei: "Por mim, volta". Ele falou: "Há um sentimento entre os jogadores de que não pode voltar agora", porque o povo estava apavorado. Ainda está apavorado. Fizeram uma campanha enorme de terror junto à população no tocante ao vírus. Como se nós pudéssemos ficar livres do vírus, como se o vírus fosse matar todo mundo. Esse vírus é letal para quem tem comorbidade e para quem tem idade avançada. Esses têm que ter um cuidado todo especial — declarou Bolsonaro.
Mesmo depois de ouvir a opinião de Renato, o presidente do Brasil não escondeu seu desejo de orientar a CBF a dar continuidade aos campeonatos.
— Quanto aos jogadores, falei para o Renato, com estádio fechado. A questão é dos jogadores, então a gente respeita. No momento, existe muita gente do meio do futebol que é favorável à volta, porque os empregos estão batendo à porta dos clubes também. Com essa idade, caso seja acometido, a chance de partir para a letalidade é infinitamente mínima, considerando a condição. Eles têm que sobreviver. Muitas vezes tem o pensamento que todo mundo ganha horrores. A maior parte não ganha bem e precisa do futebol para sustentar sua família, ou passam necessidade. No que depender de nós, conversei com o ministro da Saúde, para que o futebol volte sem torcida. Esse parecer deve ser acertado, e a Anvisa também deve dar um parecer nesse sentido — concluiu Bolsonaro.