Hoje tricampeão da América, o Grêmio conquistou a Libertadores pela segunda vez há 25 anos, em 1995. A decisão contra o Atlético Nacional, da Colômbia, foi escolhida pelos leitores no site de GaúchaZH ao longo da semana para ser recordada pelo Grupo RBS.
Por isso, recontamos o jogo (com ficha e fotos da época) e ouvimos o capitão do time naquela conquista, o então zagueiro Adilson Batista, hoje técnico de futebol, que levantou aquela taça e ficou conhecido como o "Capitão América".
Cinco perguntas para Adilson Batista, o "Capitão América"
Você foi o responsável por erguer a taça de campeão da Libertadores em 1995, na Colômbia, depois daquele jogo contra o Atlético Nacional. Qual a tua lembrança daquela partida?
Ainda antes do jogo a torcida soltou bombas, foguetes, não deixaram a gente dormir. Fizeram aquela guerra psicológica de Libertadores. O jogo foi tenso, disputado, truncado. Eles fizeram uma pressão no início, conseguiram o gol, mas depois a gente controlou. Estávamos muito confiantes, concentrados, e acho que fizemos um jogo bom. Ficamos preocupados mesmo depois da primeira partida, porque estávamos vencendo por 3 a 0 no Olímpico e tomamos um gol no fim. Fomos para o vestiário cabisbaixos, mas depois soubemos lidar com aquilo.
O gol de pênalti aos 41 minutos do segundo tempo foi a certeza do título?
Na hora que o Alexandre sofreu o pênalti sabíamos que era a hora de confirmar que daríamos a volta olímpica. Quando o Dinho bateu e fez o gol, tivemos a certeza de que éramos campeões. Não tinha tempo para eles tentarem mais nada.
O que te recorda daquela campanha até a final da Libertadores de 1995?
Desde a primeira fase, foi difícil. Tínhamos como adversários o Palmeiras e mais dois equatorianos. Foram grandes jogos. Não começamos tão bem, mas fomos encorpando ao longo da competição. Muitos jogadores chegaram ao time naquele ano, como eu, o Jardel, o Paulo Nunes, o Dinho, o Goiano. Então, a gente foi crescendo com o passar dos jogos, especialmente nos mais difíceis. Aquele time do Palmeiras era uma seleção. Quando enfrentamos eles nas quartas de final, sabíamos que quem passasse seria o campeão. Quando conseguimos classificar, tínhamos a certeza de que o título estava em nossas mãos.
O que dá pra dizer daquele time do Grêmio?
O pessoal da retaguarda, como o Dr. Fabio (Koff, então presidente do clube), o Cacalo (vice de futebol), o seu Verardi (ex-supervisor), foram muito assertivos naquele momento. Tínhamos muitos jogos, muitas viagens, e foi feito um planejamento muito bom. O grupo era muito bom mesmo. Até o banguzinho, como era chamado o time reserva, era uma boa equipe também. O Luiz Felipe (Scolari, técnico daquele time) e o Paixão (preparador físico) também tiveram muito mérito. Foram anos muito bons para o clube.
Até hoje as pessoas têm consideração pelo que fizemos. Eu ser conhecido como Capitão América, por ter sido o capitão naquela conquista, é gostoso, sinal de respeito, de admiração
ADILSON BATISTA
zagueiro e capitão do Grêmio em 1995
Por causa daquele título, você ficou marcado na história do Grêmio como o "Capitão América". Aquela final de 1995 foi dos jogos mais importantes da tua carreira?
Foi o mais importante, mais marcante da minha carreira. Pela satisfação de ser campeão da Libertadores, que é indescritível, e pelo reconhecimento que se tem do trabalho do atleta, do grupo. Divido esse mérito, essa conquista, com todos os meus companheiros daquele time. Até hoje as pessoas têm consideração pelo que fizemos. Eu ser conhecido como Capitão América, por ter sido o capitão naquela conquista, é gostoso, sinal de respeito, de admiração. Mas o título da América não foi apenas meu, foi de todos que faziam parte do Grêmio.