Às vésperas de um dos clássicos mais importantes da centenária rivalidade Gre-Nal, poucas certezas são tão absolutas quanto o nome de Everton. Entre os 22 jogadores que começarão a partida na próxima quinta-feira (12), é nele que encontramos as qualidades mais evidentes, como nas grandes ligas da Europa. Dribles secos, arremates precisos, recomposição. Mais do que isso, Everton tem uma senhora estrela.
Voltemos alguns anos no tempo. Cearense de nascimento, Cebolinha começa sua trajetória profissional no Grêmio em 2014, ao substituir Yuri Mamute em partida contra o São José. Logo nos primeiros lances foi possível perceber que existia algo diferente ali. Nem mesmo a derrota para o Zequinha ofuscou a estreia do menino, que viria a marcar seu primeiro gol no jogo seguinte, contra o Lajeadense, pelo Gauchão.
Everton é de uma geração de jogadores que subiu da base com o peso dos 15 anos sem grandes conquistas. Mas a frieza e a maturidade do atacante sempre chamaram a atenção, quando chamado. Considerado um reserva de luxo, foi crucial na campanha da Copa do Brasil de 2016, quando marcou gols contra o Palmeiras e Atlético Mineiro, no apagar das luzes da primeira partida da final.
A partir daqui entra uma qualidade pouco lembrada de Everton: resiliência. Com a saída de Pedro Rocha, durante a Copa Libertadores 2017, muitos acreditaram que ele seria o substituto natural do atacante. Não foi. Viu Fernandinho assumir a posição. Seguiu em frente. Jogador de grupo. Persistente. Não faltam adjetivos de qualidades sobre a personalidade de Everton. Em dezembro, o presente: o gol que levou o Grêmio a sua terceira final de mundial.
Chega 2018 e a oportunidade que ele tanto esperou. Assumiu a vaga de titular e transformou-se em artilheiro do clube nas duas temporadas seguintes. Foi convocado para a Seleção Brasileira e foi artilheiro da Copa América. É a nossa grande esperança de gols para quinta-feira. É o cara que provoca arrepios no sistema defensivo do Internacional.
Adorado pela criançada, outra qualidade que me encanta no atacante é sua discrição. Seja em suas redes sociais ou em entrevistas. Everton foi talhado para o sucesso por saber que tudo tem seu momento para acontecer. Pepê, o próximo da fila, também entende isso. Lúcido, sabe que tudo tem o seu tempo. É assim que um jogador ganha o carinho da torcida. Com gols, títulos e, obviamente, respeitando a hierarquia estabelecida por quem conduz o clube. Futebol, acreditem, não se faz mais com carteiraço.