Ao que tudo e todos indicam, Vanderlei, ex-Santos, assumirá a camisa 1 do Grêmio. Vanderlei é um goleiro que me preocupa por um único motivo desde os tempos do Coritiba, e não é pelos 36 anos a serem completados em fevereiro. O receio é o seguinte: Vanderlei não é nome de goleiro.
Um nome assim deveria ter sido barrado ainda nas categorias de base. Talvez substituí-lo por Farias, seu nome do meio. Farias está mais para nome de delegado, mas pelo menos não é oxítona. Pelas minhas contas, desde Danrlei um goleiro com a última sílaba tônica não prospera no futebol brasileiro. Liste aí: Alisson, Cássio, Victor, Rogério, Marcos... Fica o desafio, leitor.
E tem a questão do comprimento. Vanderlei é um nome tão longo quanto o próprio Vanderlei, de 1m95cm. Como gritará o nosso colega Pedro Ernesto Denardin quando ele fizer uma grande defesa? "VANDERLEEEEEI!" Ou dividirá as sílabas? "VAN, DER, LEI!!!" Dá tempo de conferir o VAR até o final do grito.
Dizem que Vanderlei estava no banco de Éverson — este, sim, ótimo nome de goleiro — por não saber jogar com os pés. Suspeito que Jorge Sampaoli tinha a mesma convicção gramatical que eu, tendo em vista que também emprestou o terceiro reserva ao Avaí, o Vladimir. Ora, Vladimir.
Boa contratação
Brincadeiras à parte, o Grêmio acertou. Vanderlei é um goleiro longilíneo, o que é uma faca de dois gumes. Se em algumas jogadas isso serve como atalho, é fato que, com o tempo, goleiros do seu tamanho perdem agilidade em bolas rasteiras. Nesse caso, preocupa o fato de Vanderlei ser veterano.
Todavia, o Grêmio precisava de alguém da função para ontem, sem tempo para maturação — como ocorreu com Grohe, por exemplo. Vanderlei poderá ser breve no Grêmio, mas estanca imediatamente talvez a maior fragilidade do time em 2019. E, se vingou mesmo com esse nome, tem minha confiança.